Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Silvestre, Carolina Pereira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/24824
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Resumo: |
A Lagoa de Maricá está localizada a retaguarda de uma Barreira Pleistocênica e de um sistema barreira-laguna holocênico, na planície costeira do município de Maricá (Rio de Janeiro). Esta pesquisa objetivou aprofundar os conhecimentos sobre a evolução geológica desta laguna ao longo do Holoceno. Para tal, foram coletadas 72 amostras do fundo lagunar com o amostrador van Veen e 103 amostras através de 4 sondagens que atingiram entre 2 e 12,5 metros de profundidade; aquisição de dados geofísicos que contou com 30 km de perfis batimétricos realizados com o ecobatímetro e 10 km de perfis com o georadar. Os sedimentos passaram por análises de granulometria, morfoscopia, cor e teor de matéria orgânica, identificação de conchas de moluscos e espículas de esponjas, argilominerais e datação por 14C. Os resultados mostram que essa laguna possui uma morfologia de fundo predominantemente plano, com profundidade máxima de 2 m na área central. A partir da linha d’água a profundidade aumenta gradualmente, a margem norte apresenta um perfil suave em direção ao fundo, enquanto que a borda sul é mais íngreme. Os sedimentos mais antigos datados neste trabalho apresentaram a idade de 8111 anos cal AP, tornando possível analisar a evolução da Lagoa de Maricá em quase todo o Holoceno. Cinco fácies lagunares foram identificadas no fundo atual e em subsuperfície: fácies areia subarredondada (com subfácies cascalhosa) compõe as margens mais próximas a restinga; a areia angular foi encontrada nas margens voltadas para o continente; a areia siltosa indicou os locais de transição entre as fácies mais grossas das margens e as mais finas do fundo; o silte arenoso e silte/silte argiloso foram distribuídos pela a área central e o fundo e apontaram os locais de menor hidrodinâmica. Os sedimentos lamosos apresentam altas concentrações de matéria orgânica entre 18% e 81%. A taxa de acumulação foi de 0,27 cm ano na margem oeste e na área central foi de 0,15 cm ano até 4277 anos cal AP e, posteriormente, passou para 0,20 cm ano. A dinâmica sedimentar sofre influência da descarga fluvial que possibilitou a formação de um delta e, também, dos ventos que transportam sedimentos das barreiras em direção a laguna, além da formação de ondas que podem remobilizar os sedimentos das margens e do fundo. Os organismos e as fácies sedimentares indicam que a Lagoa de Maricá não passou por grandes mudanças ambientais durante o Holoceno, mas sugerem a existência de um grande corpo d’água com importante influência de água doce a cerca de 8111 anos cal AP. Com o máximo da transgressão holocênica por volta de 5600 – 5000 anos AP esse ambiente possuía maiores dimensões e influência marinha do que o atual, através de processos de sobrelavagem das ondas (a leste) e canais de maré, que permitiram a formação de leques de arrombamento e delta de maré enchente. Após 4645 anos cal AP e até os dias de hoje, mesmo com a regressão marinha, a interação entre essa laguna e o mar permanece a leste desta laguna, através da Lagoa da Barra |