Ensaios sobre risco de crédito e estabilidade financeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Valladares, Matheus do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37340
Resumo: Dada a importância do papel que os bancos desempenham na economia como intermediadores financeiros e devido ao seu comportamento pró-cíclico, que é capaz de amplificar os efeitos dos choques econômicos, a literatura, após a crise de 2008, passou a dar mais importância ao risco de crédito, ao grau de solvência dos bancos e a dedicar mais atenção a algumas variáveis relacionadas às decisões bancárias. Para tanto, esta tese examina a estabilidade financeira e o risco de crédito sob três perspectivas inexploradas pela literatura. O Capítulo 1 analisa a relação entre a percepção do risco soberano e o comportamento bancário no Brasil, particularmente em relação ao risco de crédito e à solvência bancária. O estudo é o primeiro a analisar como as avaliações de risco soberano feitas pelas três principais Agências de Classificação de Risco de Crédito (ACRC) e os Credit Default Swaps (CDSs) influenciam as decisões bancárias sobre provisões para perdas de crédito e buffer de capital no contexto brasileiro. Utilizando um método dinâmico de dados em painel para uma amostra de 125 bancos no Brasil entre 2004 e 2014, o estudo confirma que melhorias nas classificações de risco soberano levam os bancos a reduzir suas provisões para perdas de crédito e buffers de capital. Isso é problemático, pois torna o sistema financeiro mais vulnerável, evidenciando o comportamento pró-cíclico dos bancos. O estudo serve como um alerta para reguladores e formuladores de políticas sobre a necessidade de considerar a influência das classificações de risco soberano nas decisões bancárias. O Capítulo 2 aborda a complexidade e a importância do processo de tomada de decisão dos bancos, especialmente em ambientes de alto risco e incerteza, como os decorrentes da Crise Financeira Global de 2008. São examinadas duas questões principais: como as expectativas dos especialistas em previsão afetam a tomada de decisões de risco de crédito dos bancos e quais tipos de desacordos de expectativas têm maior impacto sobre as provisões para perdas de empréstimos. O estudo preenche uma lacuna na literatura ao conectar políticas macroprudenciais do setor bancário ao efeito das incertezas medidas por desacordos de expectativas. Usando um conjunto de dados de 125 bancos e uma análise de painel dinâmico, constata-se que o aumento das incertezas e dos desacordos nas expectativas eleva o risco de crédito dos bancos. Além disso, incertezas relacionadas a resultados econômicos gerais têm maior impacto sobre as provisões para perdas de empréstimos do que incertezas relacionadas a políticas econômicas específicas. Essas descobertas realçam a importância de entender a influência das expectativas e incertezas na tomada de decisão bancária para garantir a estabilidade financeira. Por fim, o Capítulo 3 busca compreender como as decisões dentro da “configuração de trilema generalizado” afetam a estabilidade financeira, principalmente após a CFG de 2008. Utilizando dados de 125 países de 2000 a 2019, a pesquisa examina essa interação usando o z-score como indicador de estabilidade financeira e o índice de divergência relativa de políticas de Aizenman e Ito.