Weiyamî pata´maimu ou a poética do ocre: as palavras do sol nos territórios da literatura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fiorotti, Sonyellen Fonseca Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34379
Resumo: Esta investigação partirá de cantos Makuxis presentes na obra Panton pia’ – Eremukon do circum-Roraima (2019) em diálogo com as narrativas indígenas reunidas dentro do próprio projeto de pesquisa Panton Pia’ tal como narrativas, cantos e histórias de outros povos indígenas desde Abya Yala, mais especificamente a região denominada de Mesoamerica depois da colonização hispânica até Pindorama-açu, a América do Sul, em Wei Pata’, ou circum-Roraima. No limite, buscamos investigar as matérias que compõem a palavra indígena. Partimos para esta investigação simpáticos à ideia de que tudo tem palavra e que esta palavra só pode ser manifesta em diálogo com as diversas gentes dos cosmos. Palavras estas que quando cantadas, proferidas e mesmo escritas trazem consigo as palavras das gentes outras. Estas gentes outras que são percebidas pela sociedade ocidental como minerais, vegetais, animais ou espíritos, entretanto percebidas pelas sociedades indígenas enquanto pessoas tais como os seres humanos. Buscamos ainda analisar algumas temáticas de cantos que indicam como essas matérias não se resumem apenas ao registro da presença destas gentes outras no cotidiano da vida indígena, mas também indicam relações de proximidade, afeto inclusive, estabelecendo ou reestabelecendo alianças para que se garanta a extensão da vida na Terra. Assim, seguimos no rastro de Wei, espalhando suas luzes inclusive no campo dos estudos literários, buscando makuxizar o mundo, como afirmava o artista indígena Jaider Esbell, encantado em 2021, seguindo num movimento contracolonizador a partir da apreensão da percepção indígena sobre a literatura. Para tanto partimos da relação entre o sol, a terra e as gentes. As três são as bases cosmossociais que orientam as culturas indígenas do circum-Roraima e que são manifestas em suas produções verbo-artísticas. Elas irão balizar as discussões de categorias como escrita, palavra e pessoa, gesto que permitirá compreender mais sobre como se organizam essas literaturas. Assim partimos daquilo que julgamos ser o centro irradiador da forma makuxi de perceber o mundo, o sol.