Ser terra: casa e paisagens do café da Mantiqueira das Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Brandão, Gabriela Gazola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26331
https://dx.doi.org/10.22409/PPGAU.2021.d.06037112606
Resumo: O espaço geográfico é um facilitador de experiências para o ser-no-mundo, e as principais possibilidades de interação a que este é convidado são distintas entre si conforme onde se situe. Tais interações são ações e expressões cujos resultantes imprimem-se naquele espaço geográfico, e têm participação no habitar: em reciprocidade, portanto, dá-se a construção da paisagem e do ser-no-mundo. É esta reciprocidade o que este trabalho investiga, assumindo a paisagem como experiência com aporte na fenomenologia e a partir de uma abordagem ontológica. O caminho para tal investigação toca a pertença compulsória do ser-no-mundo à Terra, intimidade expressa pela geograficidade (DARDEL, 2011), e tem como elementos de interesse principais a casa e a paisagem. As paisagens escolhidas para o desenvolvimento desta pesquisa foram as associadas à atividade cafeeira, e o recorte definido pela região conhecida como Mantiqueira de Minas, no Estado de Minas Gerais. São paisagens que possuem forte distinção ditada por sua vocação natural, cuja atividade própria desenha uma paisagem peculiar e, consequentemente, favorece a constituição de relações humanas próprias, as quais, atreladas àquela paisagem, constituem-se em identidade e geograficidade (DARDEL, 2011). A casa foi também incluída como objeto de estudo nesta pesquisa pois entendo que ela é parte da paisagem e capaz de expressá-la, e, consequentemente, expressar sobre o ser-no-mundo que ali habita em geograficidade (DARDEL, 2011). O objetivo principal desta tese é compreender como essa técnica tradicional induz a um sentido de lugar próprio e uma paisagem identitária, que participam na construção ontológica do ser-no-mundo que ali habita. Como objetivos secundários, este trabalho visa enfatizar a força do viés existencial e atrelado à Terra presente na arquitetura, contribuindo para o entendimento do edificar sobre a Terra e também para ações que se propõem à preservação de aspectos materiais e imateriais da paisagem – em especial, a cafeeira – além de pretender-se um convite para o leitor recordar sua pertença íntima à Terra, a conexão compulsória de sua existência a seu espaço geográfico habitado.