Fecundidade de três espécies simpátricas de Megabalanus (Crustacea – Cirripedia) no litoral da região Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: D’Almeida, Rodrigo Soares Pessanha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/27898
Resumo: Para entender as diferenças em relação à distribuição e abundância presentes entre as espécies é importante conhecer as diferenças em suas estratégias de histórias de vida. Os cirripédios, invertebrados bênticos marinhos característicos de substratos consolidados, são considerados organismos modelo no estudo da evolução e variação das características reprodutivas de história de vida. Dentre os representantes deste grupo Megabalanus se destaca pelo tamanho dos indivíduos, capacidade de crescimento, resistência da concha e por se fixar ao substrato com o auxílio de um disco basal calcário. Atualmente estão presentes, em simpatria, nos costões rochosos do litoral Sudeste três espécies do gênero: Megabalanus coccopoma (espécie invasora no litoral brasileiro), Megabalanus vesiculosus (espécie endêmica do litoral brasileiro) e Megabalanus tintinnabulum (espécie criptogênica). O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo comparativo de características de história de vida relacionadas a reprodução: fecundidade e tamanho de ovos para estas três espécies; e estabelecer um padrão estratégias adotadas para essas características entre as espécies estudadas. Por esse motivo foram utilizados espécimes, de diversos tamanhos, coletados em costões rochosos do estado do Rio de Janeiro e Espírito Santo entre os anos de 2011 e 2016. Cada espécime teve suas dimensões de concha mensuradas e, após a remoção da base calcária, tiveram a massa de ovos separada. A fecundidade (número de ovos) foi estimada em 30 indivíduos, de cada espécie, de tamanho variável a partir de sub amostras contadas em uma câmara de Dolfus. O tamanho do ovo foi estimado para cada espécie, 300 ovos tiveram a largura e comprimento medidos no estágio inicial de desenvolvimento e medidas do tamanho do ovo no estágio final e da larva Náuplios I também foram feitas. O volume da concha estimado a partir das medidas da concha demonstrou ser um bom parâmetro para estimar a fecundidade. Constatou-se que as espécies diferem tanto em relação à fecundidade com no tamanho do ovo. A maior fecundidade foi observada em M. coccopoma, e a menor em M. vesiculosus. Entretanto M. vesiculosus apresentou ovos de tamanho maior que as duas outras espécies como uma compensação (trade-off). O tamanho do ovo não variou com tamanho do indivíduo para nenhuma das espécies, mas variou de acordo com o estágio de desenvolvimento. A fecundidade apresentada pelos três Megabalanus aqui estudadas pode ser a estratégia que garante a presença destas nos costões rochosos do litoral Sudeste do Brasil. A fecundidade é potencializada por M. coccopoma e M. tintinnabulum pelo maior tamanho da concha, pois a fecundidade aumenta na função de potencia em relação ao tamanho do indivíduo; e ainda mais em M. coccopoma que apresenta menor tamanho de ovo. As diferentes estratégias de fecundidade observadas para cada espécie podem auxiliar na compreensão do padrão de distribuição apresentado por cada uma ao longo de sua área de ocorrência. Entretanto a ocorrência em simpatria destas espécies pode ser mantida pela divergência de estratégias reprodutivas ou a utilização de diferentes nichos ecológicos especialmente o local de ocorrência em uma micro-escala por cada espécie.