Estudo de lesões cutâneas induzidas por veneno de serpentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Martins, Tiago Leite
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3170
Resumo: Os venenos de serpente são complexa mistura de toxinas, que são principalmente enzimas e peptídeos com diversas atividades biológicas. Os venenos botrópicos podem induzir hemorragia, edema, necrose e diversas doenças da pele, tais como a formação de bolhas e dermonecrose. Embora existam progressos consideráveis no estudo da patogênese da hemorragia e mionecrose em Viperidae peçonhentas, existem poucas referências das anormalidades de pele derivadas destes venenos, independentemente da sua relevância clínica. O nosso objetivo é avaliar os efeitos dos venenos de Bothrops leucurus e Bothrops jararaca na indução de lesões da pele, bem como no processo de regeneração. Foram utilizados camundongos swiss albinos adultos com 25 ± 3 g (n = 4/grupo, do sexo masculino), que durante todo o experimento receberam comida e água "ad libitum" e foram mantidos em ciclo de luz natural. A manipulação e os procedimentos com os animais seguiram os princípios do Comitê de Ética no Uso de Animais em Pesquisa (CEUA-UFF n º 219). As lesões cutâneas foram induzidas no abdome por injeção intradérmica de 3 mg / kg de veneno de B. leucurus ou B. jararaca. O grupo controle recebeu injeção de solução salina fisiológica. Os animais foram sacrificados 1, 3, 7, 14, 21, 45 e 60 dias após a injeção de veneno, sob anestesia geral, a fim de remover a pele para processamento histológico. O passo seguinte foi corar com hematoxilina e eosina as amostras de pele e análise por microscopia óptica. Depois de 24 h a epiderme das amostras injetadas com os venenos estava desorganizada e apresentava maior espessura, em comparação com o controle. Após 21 e 45 dias foi possível identificar diferenças na análise imuno-histoquímica de citoqueratina 14 com padrão de marcação suprabasal das camadas epidérmicas, observado apenas em áreas de hiperproliferação nas amostras de pele injetadas com veneno. As amostras de pele de 60 dias do grupo de B. leucurus apresentaram células com núcleos picnóticos e as amostras de pele injetadas com as peçonhas de ambas espécies tinham fibra muscular em fase de recuperação, com núcleos centralizados, indicando processo de regeneração. Ainda nesta fase crônica foi possível identificar angiogênese com base na marcação de endotélio na derme através da imuno-histoquímica com o anticorpo CD34. Os resultados indicam que as lesões cutâneas induzidas por B. leucurus diferem de B. jararaca, sendo que as primeiras produziram intenso infiltrado inflamatório com padrão proliferativo diferenciado de reparação de feridas. Além disso, as peçonhas estudadas apresentaram-se como ferramentas úteis para o estudo de modelos de regeneração cutânea, porém a confirmação da tumorigênese depende de uma análise mais complexa, com destaque para fatores determinantes como o tempo e a intensidade de exposição ao veneno