Caracterização molecular dos genes M e S dos coronavírus associados a gastrenterite e cães no estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Costa, Erika Moutinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/6343
Resumo: Vários estudos demonstram a importância do Coronavírus canino (CCoV) como agente de diarreia em filhotes de cães. A alta diversidade genética destes vírus tem propiciado o aparecimento de variantes altamente virulentas, responsáveis por doença sistêmica e fatal em filhotes de cães. Até o momento, são conhecidos dois genótipos de CCoV, o CCoV tipo I (CCoV-I) e CCoV tipo II (CCoV-II). O CCoV-II é dividido em dois subtipos, CCoV-IIa (tipos clássicos) e CCoV-IIb que surgiu após recombinação do CCoV-IIa e o vírus da gastrenterite transmissível dos suínos (TGEV). Não existem, até o momento, dados sobre quais variantes estão em circulação no Rio de Janeiro, ou mesmo sobre a gravidade dos sinais clínicos associados à infecção por este vírus. O objetivo do estudo foi realizar a detecção e análise genômica dos tipos de CCoV a partir de amostras fecais de filhotes de cães com enterite, a fim de determinar a diversidade genética e importância clínica deste vírus no Estado do Rio de Janeiro. De um total de 258 amostras fecais de filhotes de cães com diarreia (< 1 ano) coletadas entre 2005 a 2012, 38 (14,7%) foram positivas para o CCoV pela técnica de RT-Semi-Nested-PCR. O sequenciamento de um fragmento de 410pb do gene M em 28 (73,7%) das 38 amostras detectadas, classificou 8 (28,6%) CCoV-I, 19 (67,8%) CCoV-II, e uma amostra apresentou eletroferograma sugestivo de infecção mista. A análise da sequência parcial de aa da proteína M demonstrou que os aminoácidos 173, 193, 200, 201 foram importantes na diferenciação entre os tipos I e II de CCoV. A fim de diferenciar os subtipos de CCoV-II (IIa e IIb) e identificar infecções mistas por mais de um tipo de CCoV, procedeu-se a amplificação parcial do gene S com três pares de iniciadores diferentes. Das 25 amostras testadas, 6 (24%) foram tipadas como CCoV-I, 9 (36%) como CCoV-IIa e 1 (4%) CCoV-IIb. Em outras nove amostras mais de um tipo de CCoV foi detectado, sendo 7 (28%) CCoV-I + IIa; 1(4%) CCoV-I + IIb; e 1(4%) CCoV-IIa + IIb. Não foi possível estabelecer uma relação entre o tipo de CCoV e evolução clínica, apesar de quatro animais CCoV-I-positivos apresentarem diarreia pastosa, e outros dois animais CCoV-IIa-positivos demonstrarem sinais de infecção grave (vômito e diarreia hemorrágica), inclusive com um óbito. Em cinco amostras fecais pode-se detectar mais de um tipo de CCoV (I e IIa) associado ao Parvovírus canino (CPV), fato ainda não relatado na literatura. Os resultados demonstram que o diagnóstico laboratorial e caracterização molecular das amostras de coronavírus são importantes para determinar a real importância clínica deste agente nos casos de enterite em filhotes, além de contribuir para o conhecimento da diversidade genética dos CCoV circulantes no Rio de Janeiro.