Projeto Piloto: análise quantitativa de eletroencefalogramas realizados em paciente submetido a dieta cetogênica. Há modificações na atividade elétrica cerebralno estado de cetose?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Candez, Nicelle de Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/28610
http://dx.doi.org/10.22409/PPGMN.2022.m.10271299789
Resumo: INTRODUÇÃO A dieta cetogênica (DC) é um tratamento médico indicado, desde a infância até a idade adulta, para o controle de crises epilépticas, sendo uma opção terapêutica em pacientes diagnosticados com Epilepsia Farmacorresistente. Várias séries de coortes relataram a eficácia da dieta. Em revisão bibliográfica na PUBMED sobre análise eletroencefalográfica como comprovação do efeito anticrise da DC, observou-se que, na maioria dos estudos, foram realizadas contagens visuais sem análise quantitativa sistemática por meio de programas matemáticos certificados. OBJETIVO Desenvolver um projeto piloto para investigar as transformações eletrofisiológicas cerebrais por meio de programas matemáticos/computacionais específicos voltados à análise quantitativa dos eletroencefalogramas (EEGS) realizados. METODOLOGIA Análise prospectiva, comparativa e longitudinal quantitativa, foram realizados 3 três EEGS em uma paciente do sexo feminino com diagnóstico de Epilepsia Farmacorresistente aos 3 anos de idade por Encefalopatia Hipóxica Isquêmica Neonatal, com indicação de DC: o primeiro quando a DC foi indicada, segundo trinta e sete dias após o início da dieta e o terceiro noventa e oito dias após o início da dieta. Foram realizados de acordo com protocolos homogêneos, com o mesmo técnico de EEG, sistema de colocação de 10-20 eletrodos, mesmo maquinário de EEG, duração de aproximadamente 30 minutos, com o paciente em sono espontâneo, realizados no mesmo turno. A paciente teve seus níveis de cetose no sangue medidos diariamente. Os dados do primeiro dia foram usados como linha de base para a análise de bandas eletrofisiológicas cerebrais (delta, teta, alfa e beta) e entropia. A rejeição de subespaço de artefato (ASR) e a Referência de média comum (CAR) foram aplicadas pela primeira vez em dados de EEG para remover ou reduzir o efeito indesejável de artefatos e interferências. A transformada rápida de Fourier foi empregada e a potência relativa em relação à linha de base foi obtida. O teste de soma de postos de Wilcoxon foi usado para comparar. RESULTADOS A frequência de crises epilépticas reduziu com significância estatística à medida que os níveis de cetose se estabeleciam. Não houve modificações à inspeção visual dos EEGS laudados por neurofisiologista experiente. Redução com significância estatística da frequência global de crises epilépticas relatadas. Redução com significância estatística da banda DELTA e aumento com significância estatística das bandas TETA e ALFA nas regiões frontais associado a aumento da entropia em mesmo território. CONCLUSÃO Tais achados implicam que estas modificações fisiológicas estão relacionadas à redução de crises epilépticas relatadas, ainda que não ocorram modificações visuais aos traçados de EEG. Dessa forma a evolução visual do EEG PODE NÃO SER PARÂMETRO PARA DEFINIÇÃO DE RESPOSTA À DIETA CETOGÊNICA.