Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Guimarães, Teresa Cristina Soares de Mello |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7874
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Resumo: |
Lagunas costeiras têm sido afetadas por atividades antrópicas que causam significativas alterações na qualidade de seus recursos hídricos. Uma das propostas para minimizar os efeitos da poluição nesses ambientes inclui a construção de canais artificiais com o intuito de aumentar a troca de água entre a laguna e o mar. O objetivo do presente estudo foi avaliar as taxas de transferência de nutrientes na interface sedimento-água da laguna hipersalina de Araruama em função da redução da salinidade em cenários de maior entrada de águas marinhas e transposição de água doce da Represa de Juturnaíba. Três abordagens foram adotadas: 1) experimentos in vitro, simulando 6 cenários com diferentes gradientes de salinidade e dois tipos de sedimento da lagoa, durante 38 dias; 2) incubação in situ da superfície do sedimento com uso de uma câmara bentônica, para substituição da água da lagoa pela água do mar, com duração de 52 horas e 3) a modelagem dos fluxos difusivos a partir da equação da Primeira Lei de Fick, utilizando as concentrações de fosfato da água intersticial e da coluna d’água da lagoa e do mar (Arraial do Cabo). Os resultados dos experimentos in vitro mostraram que houve fluxo difusivo de nitrogênio do sedimento para a coluna d’água nos cenários simulados com sedimento 1 e água da lagoa, misturada e do mar (médias de 1,69, 4,68 e 7,36 μmol m-2 d-1, respectivamente). Os fluxos foram negativos, com médias de -3,66, -3,44 e -1,70 μmol m-2 d-1, nos experimentos com o sedimento 2 e água da lagoa, misturada e do mar, respectivamente. As concentrações de nitrogênio variaram de 0,60 (água do mar e sedimento 2) a 33,97 μmol L-1 (água da lagoa e sedimento 2). O valor médio dos fluxos difusivos de fosfato (PO43--P) foi positivo no cenário com sedimento 1 e água da lagoa (2,24 μmol m-2 d-1) e negativo com água misturada (-0,30 μmol m-2 d-1) e do mar (-0,51 μmol m-2 d-1). Nos experimentos com o sedimento 2 em contato com água da lagoa, misturada e do mar, os fluxos foram negativos (médias de -0,78, -1,08 e -1,70 μmol m-2 d-1, respectivamente). As concentrações de fosfato permaneceram baixas (média de 1,12 μmol L-1). No experimento in situ, a média dos fluxos difusivos de nitrogênio na interface sedimento-água foi positiva (153,81 μmol m-2 d-1) e as concentrações variaram de 1,59 a 15,74 μmol L-1 no interior da câmara bentônica. A média dos fluxos difusivos de fosfato foi negativa (-3,97 μmol m-2 d-1) e as concentrações permaneceram baixas na coluna d’água (média de 0,05 μmol L-1). Os maiores valores de fósforo total no sedimento foram observados no final de ambos experimentos. Nos microcosmos os valores variaram de 0,85 μmol g-1, no início, a 3,19 μmol g-1, no final, e no sedimento sob a câmara bentônica, os valores variaram de 0,5 a 0,98 μmol g-1. Estes resultados denotam aparente retenção de fósforo nesse compartimento. O modelo de difusão construído mostrou que o contato com água menos concentrada em fosfato promove a liberação desse nutriente a partir do sedimento, considerando, apenas, a diferença de gradiente; entretanto, não contempla outras variáveis. Conclui-se que alterações físico-químicas em função da redução da salinidade na Lagoa de Araruama promovem a liberação de nitrogênio para a coluna d’água e a retenção de fósforo no sedimento, influenciando os padrões de remineralização de nutrientes na interface sedimento-água |