Fácies, estratigrafia e dinâmica sedimentar do quaternário no talude continental da porção sul da Bacia de Campos: uma integração de dados geofísicos de alta resolução, perfis de propriedades físicas e testemunhos geológicos

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Almeida, Anderson Gomes de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Niterói
• Palavras-chave em Português: Sedimentologia; Estratigrafia; Geologia marinha; Movimento de massa; Geociências; Bacia de Campos (RJ e ES); Sedimentology; Stratigraphy; Marine geology; Mass movement
• Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/24826

Nesta pesquisa foi analisada a dinâmica sedimentar com base no registro geológico do período do Quaternário Superior do Talude Continental da porção Sul da Bacia de Campos onde está situado o Grupo Sudeste de Cânions. Foram utilizados dados de perfilador de sub fundo, batimetria multifeixe, adquiridos por AUV, e perfis de propriedades físicas de testemunhos de Jumbo Piston Corer (JPC). Foram identificadas sequências de 4ª e 5ª ordem controladas principalmente por ciclos glacio-eustáticos e seus processos alogênicos e autogênicos. As descrições de onze testemunhos possibilitaram a identificação de sete tipos de fácies de complexos de transporte de massa (MTC): a) conglomerado matriz-suportado com clasto de lama anguloso (CMSa); b) conglomerado matriz-suportado com clasto de lama deformado (CMSd); c) conglomerado clasto-suportado com clasto de lama (CCS); d) lama intensamente deformada com laminações secundárias inclinadas (Ldi(i)); e) lama intensamente deformada com laminações secundárias dobradas (Ldi(d)); f) lama maciça (Lm); e g) blocos de lama (Bl). Para analisar as propriedades físicas das fácies de transporte de massa e interpretar sua reologia na época da deposição foi necessário suprimir o efeito do soterramento. Para cada fácies, foram calculados os valores de velocidade de onda P, densidade e porosidade na superfície. A fácies Lm apresentou valores muito elevados de velocidade de onda P e densidade, estando relacionada a grandes blocos pré-adensados, transladados com o fluxo de massa. As fácies conglomeráticas lamosas do tipo CMS representam fluxos plásticos e coesos, típico de fluxo de detrito. A fácies CCS representa os fluxos incoesos. A fácies Ldi indica intenso cisalhamento de camadas e clastos na base dos depósitos de transporte de massa. A fácies de intercalação de laminações de areia e lama, com pouca ou nenhuma deformação, está relacionada a depósitos de corrente de fundo. Na porção mais rasa da área de estudo, ocorre um terraço erosivo formado pela erosão causada pela Corrente do Brasil com sentido para SE, durante o último máximo glacial, e feições do tipo plastered drift. No Terraço, também foram observadas marcas erosivas em forma de cometa, geradas por corrente de fundo com sentido para NE, nas condições atuais de circulação oceânica. No talude superior ocorrem suaves ondulações de depósitos contorníticos. Foram definidas associações de fácies típicas para MTC frontalmente emergente, MTC frontalmente confinado e cânions. Para construção das associações de fácies foi quantificada a repetição de pares de fácies em contato geneticamente associadas. viii Nos testemunhos coletados nas feições da região intercânions os pares de fácies mais frequentes indicam predominância de processos de escorregamentos. Enquanto que nos testemunhos coletados no interior dos cânions predominam fácies geneticamente associadas de fluxos de detritos. Os resultados das simulações numéricas 1D, de fluxo de detrito, mostram que para camadas removidas de 100 m e valores de resistência do fluxo e viscosidade artificial compatíveis com as informações dos testemunhos são gerados fluxos com runout máximo de até 30 km. Logo fluxos originados no talude superior não poderiam contribuir com a extensão dos aventais de fluxos de detritos observados no Platô de São Paulo a partir do pé do talude.