As perspectivas de engajamento das bibliotecas públicas no modelo brasileiro de desenvolvimento urbano das cidades inteligentes: uma análise à luz do conceito de regime de informação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Almeida, Camilla Castro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33443
Resumo: Cidades inteligentes (“smart cities”) são centros urbanos intensamente interconectados que possuem infraestrutura que viabiliza governança eficiente, oportunidades para inovação, compartilhamento de conhecimento, sustentabilidade e participação cidadã. Em muitos países estão sendo elaboradas e implementadas políticas públicas para desenvolvimento urbano nestes moldes. No Brasil, o cerne dos debates sobre cidades inteligentes na Câmara dos Deputados (Projeto de Lei nº 976/2021) encontra-se no desenvolvimento baseado em conhecimento, na capacidade individual e coletiva de inovar e participar, e visa cumprir os objetivos elencados na Carta Brasileira para Cidades Inteligentes e, principalmente, na Agenda 2030 da ONU. A pesquisa tem como objetivo discutir a biblioteca pública no projeto brasileiro de cidades inteligentes sob a perspectiva do conceito de regime de informação, que amplia as possibilidades analíticas para a discussão da relação entre sociedade, tecnologia e fluxos de informação em novos cenários. Assim, pretende-se identificar as possibilidades de engajamento das bibliotecas públicas frente às necessidades informacionais do cidadão brasileiro inserido em uma cidade inteligente. O estudo caracteriza-se como exploratório e descritivo, de caráter qualitativo e abordagem crítica, utilizando-se de pesquisa documental (PL nº 976/2021, que institui a Política Nacional de Cidades Inteligentes, Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e documentos da IFLA - Manifesto sobre Bibliotecas Públicas da IFLA, Diretrizes para o Manifesto da IFLA/UNESCO sobre a Internet e Diretrizes da IFLA sobre os serviços da Biblioteca Pública) e bibliográfica. Com base na realidade brasileira, é discutido o potencial pouco explorado desta instituição pelo Poder Público no projeto político em estudo, indicando e analisando ações de informação realizadas por bibliotecas públicas brasileiras que se relacionam com os objetivos da Agenda 2030. Conclui-se que o modelo de desenvolvimento urbano das cidades inteligentes, especialmente na forma do projeto de lei da Política Nacional das Cidades Inteligentes (PL nº 976/2021), se desenvolve a partir de um regime de informação emergente que revela uma série de desafios estruturais na sociedade brasileira, mas traz uma proposta de participação cidadã mais facilitada, conectada e transparente. Conclui que as bibliotecas públicas têm atuado promovendo ações que exploram as contradições do regime, em uma dimensão tênue e, inicialmente, em uma direção mais instrumental. Apesar dessa incipiência, é inegável a importância das bibliotecas públicas para suas comunidades, visto que, ainda que suas ações de informação apresentem limitações, sinalizam possibilidades para desvelar conflitos sociais e viabilizar a participação social.