Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Virgínia de Freitas |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/16082
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Resumo: |
No começo do século XIX, com a chegada da família Real ao Brasil, D. João VI viu-se na necessidade de estimular o surgimento de um ambiente propício à formação de uma elite capaz de prover os quadros administrativos da nova sede do governo imperial e formar profissionais liberais. Para isso, foram criadas diferentes instituições voltadas à administração pública, como o Banco do Brasil, e ao ensino superior. Ao lado da instrução primária que funcionava em aulas de “ler, escrever e contar” e das aulas de instrução secundária, também existiram no Brasil outras aulas destinadas ao ensino profissional como cursos de artes e ofícios e as aulas destinadas a homens que sabiam ler, escrever e calcular, com o objetivo de qualificar os comerciantes das principais praças comerciais do País. Criada a semelhança da aula congênere de Lisboa, a Aula de Comércio começou a funcionar no Brasil a partir de 1809 sob a jurisdição da Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação. Foram criadas Aulas de Comércio no Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Em relação aos conteúdos estudados estavam presentes tópicos de Matemática, geografia, escrituração mercantil e economia política. A principal referência para o ensino da Matemática foi o livro Elementos de Arithmetica, de Bezout, usado em Portugal e no Brasil. Entretanto, outros livros começaram a ser escritos, especialmente a partir da reforma de 1846. Este trabalho tem como objetivo discutir sobre os conteúdos de Aritmética presentes em manuais didáticos para a instrução de comerciantes que circularam no Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX. Tem como fontes dois livros de Aritmética comercial que circularam na época a saber, o Novo Tratado de Arithmetica Commercial de Paulo Perestrello da Câmara e a Arithmetica Elementar Commercial de João Guilherme Kottinger, publicados respectivamente em 1846 e 1847, após a reforma da Aula de Comércio no Rio de Janeiro. O conhecimento dos conteúdos propostos nas obras didáticas destacadas neste trabalho, ajuda a compreender o papel da Aritmética no escopo de formação do profissional do comércio no começo do século XIX e o uso desses conhecimentos na prática dos comerciantes. Constatamos que muitos dos conteúdos expostos nas obras de Artitmética guardam semelhanças com as Aritméticas comerciais publicadas desde a Idade Média. O que se percebe é que os conteúdos dessas obras se aproximam mais dos conteúdos práticos necessários ao comércio do que com o ensino a partir do livro de Bezout. Exemplos desses conteúdos são os juros simples e compostos; descontos e abatimentos; regras de companhia e de liga; cálculo de anuidades e amortização; pesos e medidas nacionais e estrangeiras; câmbios entre outros. As regras apresentadas buscam cobrir todo o sistema que envolve uma negociação: a organização da empresa e como são administrados os lucros e dividendos em uma sociedade; em que moeda a mercadoria é negociada; os juros ou descontos em produtos; quais as condições para a negociação dar mais lucro e menos prejuízo; as formas de garantia para que a mercadoria chegue ao destino, o preço a ser cobrado para o transporte, entre outros aspectos. Assim, espera-se que, a partir do estudo dos manuais escolares, tenha-se uma maior aproximação do ponto de vista histórico acerca dos conhecimentos de Aritmética e da cultura escolar presente nas Aulas de Comércio, durante as primeiras décadas do século XIX. |