Pneumonia por Mycoplasma em crianças hospitalizadas: aspectos epidemiológico, clínico, laboratorial e radiológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tinoco, Saulo Bandoli de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34949
Resumo: Introdução: O Mycoplasma pneumoniae (M. pneumoniae) é um importante agente de infecções respiratórias sendo um dos principais responsáveis pela pneumonia comunitária na criança. Trata-se do principal patógeno causador de pneumonias atípicas. A forma respiratória é a principal manifestação clínica, mas formas extrapulmonares, com diferentes prognósticos e gravidade, têm sido descritas. Na prática clínica, o diagnóstico da infecção por M. pneumoniae baseia-se principalmente em dados clínico-epidemiológicos; exames laboratoriais e de imagem poderão ajudar no diagnóstico diferencial. Objetivos: Conhecer o perfil clínico, epidemiológico e radiológico das crianças e adolescentes com pneumonia por M pneumoniae. Casuística e métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal, do tipo série de casos, realizado no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2021, em um hospital privado de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, com dados obtidos de prontuários e de arquivos digitais dos laboratórios de análises clínicas, microbiologia e de radiologia. Foram incluídas crianças e adolescentes internados por pneumonia, com sorologia IgM para M. pneumoniae. Foram excluídos os casos com uso prévio de Azitromicina e aqueles sem informações necessárias no prontuário. Utilizou-se a planilha Excel para compilação das variáveis que foram caracterizadas estatisticamente por meio de proporções, média aritmética e desvio padrão. Resultados: Foram estudados 23 pacientes: 3 (13,0%) lactentes, 13 (56,6%) pré-escolares, 5 (21,7%) escolares e 2 (8,7%) adolescentes. Não houve diferença quanto ao sexo. Observou-se maior frequência de casos no inverno e primavera. Dez crianças permaneceram internadas por menos de 7 dias, 10 entre 7 e 14 dias, e 3 tiveram tempo de internação maior do que 14 dias, sendo a média do tempo de internação de 7,6 dias. Sete (30,4%) necessitaram internação em unidade de terapia intensiva. A sintomatologia mais frequente foi tosse (100%), febre (91%), roncos (91%), sibilos (80%), estertores (52%) e inapetência (69%). Infiltrado intersticial difuso (69,6%), infiltrado peri-hilar (65,2%), atelectasia e derrame pleural respectivamente (13%), foram as principais alterações radiológicas encontradas. A média de leucócitos totais foi 13.345 mm³, com 63%, segmentados 30% linfócitos, 12g% de hemoglobina, 33,4% de hematócrito e 4,8mg/L de Proteína C Reativa. Metade da amostra teve tratamento inicial com Beta-lactâmicos (52,2%), seguido de Cefalosporinas (26,1%); uma criança iniciou tratamento com Macrolídeo (8,7%). Conclusão: As alterações clínicas, radiológicas e laboratoriais (hemograma e PCR) das pneumonias por M. pneumoniae na amostra estudada foram inespecíficas, dificultando o diagnóstico diferencial com pneumonias comunitárias por outras bactérias ou vírus. Diferente do que a literatura apresenta, a faixa etária predominante neste estudo foi pré-escolar. Enfatiza-se a necessidade do olhar direcionado aos dados clínicos como tosse, febre, roncos e sibilos associados à infiltrado difuso ou perihilar, incluindo no atendimento emergencial da criança com pneumonia, a sorologia específica para M.pneumoniae, na tentativa de otimizar o tratamento e reduzir o tempo de internação. A antibioticoterapia empírica com betalactâmico é a primeira escolha para tratamento de PAC, porém o uso de macrolídeos deve ser considerado em casos não responsivos e com sorologia positiva para M. pneumoniae.