Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Dantas, Beatriz Rodrigues Silva Selles |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/22412
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Resumo: |
Introdução: O direito à saúde de transexuais e travestis vem sendo conquistado por meio de intensa mobilização social, que se refletem em políticas específicas para esta população, especialmente nas duas últimas décadas. Mas apesar destas políticas, nota-se uma desassistência a este grupo em relação a seu cuidado em saúde levando-o a desenhar diversos itinerários terapêuticos na busca pelo cuidado. Objetivos: Analisar como são traçados os itinerários terapêuticos da população transexual em Niterói; identificar barreiras e potencialidades da rede assistencial no cuidado de transexuais; compreender o trânsito da população pela rede informal de cuidados; conhecer as redes sociais mobilizadas e as estratégias desenvolvidas pelas pessoas trans na produção de seus projetos de vida. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, cujo cenário foi o Ambulatório de Atenção à Saúde da População Travesti e Transexual João W. Nery, no município de Niterói, RJ. Participaram da pesquisa homens e mulheres trans que vivem em Niterói que responderam a uma entrevista de roteiro semi-estruturado. O número de participantes foi definido por saturação teórica e o tratamento dos dados foi realizado através da análise de conteúdo temático-categorial. Resultado: Participaram desta pesquisa doze homens trans e oito muheres transexuais. Os itinerários construídos passaram pela Rede Formal de assistência à saúde, onde foram relatadas as barreiras encontradas – desrespeito ao nome social, falta de profissionais especializados, o alto custo dos hormônios, medo do preconceito e a abordagem binária e patologizante dos serviços - e as potencialidades, como uma APS forte, a criação de vínculos e a possível articulação dos serviços de saúde. Na Rede Informal foram apresentadas outras formas de acesso ao ambulatório especializado, através de amigos, mídias sociais e movimentos políticos; a potência da internet como ferramenta para produção de cuidado e os caminhos para judicialização da saúde. As Redes Sociais ampliaram a capacidade de produção de saúde, mobilizando relações familiares, de amizade, religiosidades, movimento estudantil e grupos universitários, além do movimento social LGBT no empoderamento e ressignificação dos projetos de vida e da própria expressão da identidade trans. Conclusão: Os itinerários terapêuticos construídos foram múltiplos e se relacionaram com os recortes de gênero e classe social, mas os que mais produziram cuidado foram determinados pelo acolhimento e respeito às identidades, pela articulação da rede de atenção à saúde, pela abordagem não patologizantenos serviços e pelas relações de apoio constituídas. Os serviços de saúde devem valorizar todos esses aspectos, sem deixar de compreender as especificidades e necessidades em saúde da população trans para produzir um cuidado em saúde pautado pelos paradigmas da integralidade e dos direitos humanos |