Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Teixeira, Daniel Cabral |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/7898
|
Resumo: |
Os solos florestais tropicais apresentam concentrações até 10 vezes maiores de mercúrio que em solos de regiões temperadas (mais industrializadas) e boreais, discrepância esta, também encontrada para os valores de Hg na serapilheira. A serapilheira além de ser produzida em maior quantidade nestas florestas, possui também mais Hg biocaumulado em suas folhas, uma vez que as principais vias de entrada são a captura pelos estômatos e a adsorção foliar. A abordagem quantitativa das reservas ecológicas de mercúrio é crucial para o conhecimento do ciclo deste elemento, assim como, o estudo de seus fluxos entre os diferentes compartimentos. Este mercúrio estocado nos solos florestais ao longo de milhares de anos pode, a princípio, ter dois destinos: 1. Imobilização no solo nas camadas inferiores e 2. Re-emissão na forma gasosa para atmosfera durante queimadas ou erodido/lixiviado quando da substituição de florestas por pastagens e/ou outro uso do solo. Portanto, este elemento tóxico, uma vez liberado dos solos, pode atingir os cursos d’água, sofrer metilação e biomagnificar-se ao longo da cadeia trófica. No Parque Nacional do Itatiaia (PNI), em uma bacia hidrográfica com grande cobertura de mata nativa, foram avaliadas a produção, as concentrações e fluxos de Hg da serapilheira. Foram utilizados coletores de serapilheira durante 2 anos com amostragem quinzenal de 3 tipos sucessionais distintos. A densidade arbórea ao longo dos tipos sucessionais foi avaliada. Quinze espécies arbóreas foram escolhidas para análise das concentrações de Hg, assim como foram quantificadas in situ suas produções fotossintéticas máximas, transpiração e condutância estomática. Uma investigação do transporte do Hg via serapilheira fluvial foi realizada afim de quantificar a esta transferência dentro da microbacia. A produção de serapilheira foi de 6 ±0,15 t.ha-1.ano-1, média de todas as áreas florestais. A média da concentração de Hg total na serapilheira foi de 59±7,6 ng.g-1. O fluxo de Hg na serapilheira florestal foi de 34,6±1,2 μg.m-2.ano-1. Estes valores são condizentes com os valores encontrados em outras regiões tropicais como na Amazônia, porém ainda acima da média para os biomas temperado e boreal. Houve superioridade na captação de Hg pelas espécies que realizam mais trocas gasosas com o micro-ambiente e assim alta transferência ao solo de Hg. As florestas dos trópicos definitivamente são mais especializadas em sorver metais traço da atmosfera como o Hg. Os diferentes tipos sucessionais, pelo caráter fisiológico de suas espécies, também seqüestram diferentes quantidades de Hg de acordo com seu etágio. Espécies pioneiras de rápido crescimento, alta taxa fotossintética e curto tempo de vida foliar são as maiores sequestradoras de Hg atmosférico. A transferência realizada pelas florestas tropicais no Brasil foi estimada em aproximadamente 200 toneladas anuais e deve ser considerada nos balanços globais de Hg. |