Transmitindo mensagens: as representações das deusas-mães da Britânia romana (séculos I e II d.C.)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Pedreira, Érika Vital
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14623
Resumo: No presente trabalho objetivamos problematizar o papel das Deae Matres ou Deusas-Mães durante o período de ocupação romana na Britânia, mais precisamente, entre os séculos I e II d.C. Nossa pesquisa visa a observar como essas divindades, seus cultos e representações foram, de certa forma, transformados a partir dos contatos com elementos da religiosidade romana. Buscamos, assim, compreender a dinâmica social romano-bretã através das práticas religiosas, a partir da observância da manutenção de atributos e emblemas célticos na produção iconográfica e epigráfica desta sociedade em construção e, por conseguinte, identificar a formação de uma religiosidade híbrida como resultado da interação entre práticas religiosas romanas e bretãs. Seguindo essa linha de abordagem, utilizamos em nossa pesquisa a teoria Pós-colonial, pois nossos estudos se pautam na análise das ações das populações locais frente à inserção de elementos da cultura imperial romana em seus territórios. As pesquisas realizadas pelos teóricos que defendem a teoria Pós-colonial, como Said (1995) e Bhabha (1998), entre outros, dão-nos subsídios para identificar como as relações entre Roma e as populações locais afetaram ambos os lados e de que maneira os elementos e práticas culturais foram mantidos, apropriados, negociados e ressignificados nesse contexto de contato. Desta forma tentamos fugir à lógica de uma dominação irrestrita e homogênea associada à idéia de aculturação, argumentando que por este viés ocultaríamos as verdadeiras relações de poder resultante do contato entre culturas. Concordamos com Said (1995) quando este afirma que as culturas não são fechadas e impenetráveis, mas estão em constante transformação a partir do contato com elementos estrangeiros, que ganham um novo sentido e novos usos quando inseridos em uma cultura diferente. Logo, percebemos que cada sociedade faz uso destes elementos em circulação, em consonância com suas necessidades cotidianas, associando-os às suas tradições e entendimento de mundo. Surgem, assim, sociedades híbridas, visto que, ao se apropriarem de novos símbolos e os ressignificarem para dar-lhes sentido em seu contexto cultural, empreendem a criação de uma terceira cultura híbrida