A “nova fronteira” ao sul do Rio Grande: as narrativas e imagens construídas sobre a América Latina nas páginas da Foreign Affairs (1947-1989)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/25037 http://dx.doi.org/10.22409/PPGEST.2021.m.11686900724 |
Resumo: | A cultura corresponde a uma instância de interação onde há não só o diálogo ou o choque intercultural, mas dinâmicas de subordinação e exploração e, por extensão, de poder. Tal percepção possibilita avaliar assimetrias de dominação por meio da construção cultural. O poder de um Estado permanece incompleto, portanto, a menos que o poder cultural e o poder político confluam e se reforcem mutuamente. Expande-se, então, a análise das relações internacionais para incluir a representação. A representação é a exibição teatral de poder. No âmbito da política externa, as representações construídas sobre um ou outro Estado mobilizam imagens e narrativas, ambas ancoradas em um ideário cultural específico, cujo seu objetivo é demonstrar poder. Em congruência, o discurso, tal qual uma manifestação cultural, consiste em uma das principais formas de representação através da qual o poder é projetado. A Guerra Fria foi, notavelmente, um conflito de proporções globais no qual a cultura desempenhou um papel central no desenrolar deste acontecimento. Historicamente e geopoliticamente sob os auspícios do poder e da influência estadunidenses, os projetos políticos do país para a América Latina acentuaram a defesa da partilha e do estabelecimento de uma cultura comum. Sendo assim, este trabalho busca analisar as narrativas e imagens construídas sobre as repúblicas ao sul do Rio Grande, entre 1947 e 1989, no destacado periódico estadunidense Foreign Affairs . Parte-se da hipótese de que estas representações simbolizam as relações de poder existentes entre os Estados Unidos e a região latino-americana. Defende-se aqui que as dinâmicas de dominação entre Estados podem ser aferidas não só na esfera da realpolitik , através do estudo de índices materiais, mas, também, em estruturas mais subjetivas, relacionadas à cultura. Neste trabalho, as mesmas encontram-se personificadas na forma das páginas de uma revista. Para oferecer esta análise, a opção decolonial é adotada como marco teórico. Assume-se, em especial, três dos principais conceitos cunhados pela lente de análise decolonial. São eles: colonialidade do poder, colonialidade do saber e colonialidade do ser. |