Site "Inventar com Imagens em Movimento": um dispositivo ao filme como cognição inventiva na educação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lourenço, Marina Muniz de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/29974
Resumo: A contemporaneidade tem sido marcada pelo predomínio das tecnologias de informação que, ao mesmo tempo em que facilitam o acesso à informação e comunicação global de acontecimentos recentes, imprimem relações com uma temporalidade em que as pessoas são impelidas a uma condição “apressada” que dificulta experiências fortes - erfahrung imprescindíveis para a criação. Essa relação com o tempo, característica da contemporaneidade, reflete nos espaços da educação e nos processos de atenção e aprendizagem. A atenção, sob essas condições de tempo, está associada à produtividade própria do modelo econômico capitalista, fazendo com que crianças sofram com diagnósticos de TDAH, uma espécie de “pandemia” nos meios escolares. Como efeito desse processo temos a “medicalização” exacerbada, meio de controle e docilização dos corpos. Corpos infantis que ao se rebelarem às formas de atenção e ritmos impostos pela Escola são considerados desatentos e indisciplinados, alvo de controle biopsicossocial. Nessa pesquisa, apontamos a necessidade da ruptura com a concepção da cognição como representação de um mundo pré-dado e a proposição da cognição como invenção para apresentar modos de atenção que explodem com o binarismo - atenção x desatenção -, apontando a arte como dispositivo para uma educação que atualiza modos de se reinventar e inventar novos mundos, alternativa potente que se contrapõe aos modelos tecnocratas que se impõem para a educação. A aprendizagem, na perspectiva da cognição como invenção, consiste em um processo de suspensão do tempo e de encontros afetivos de duração com os signos, potencializando aprendizagens. Diante do exposto, esse estudo gerou a criação do site: “Inventar Com Imagens Em Movimento”, para propor a utilização das tecnologias de informação como coadjuvantes no fazer inventivo com as imagens em movimento. No site estarão disponibilizados tutoriais de aplicativos que podem ser acessados por smarthphones, para incentivar educadores e alunos a criarem imagens em movimento, possibilidades estéticas do pensamento, formas inventivas de fazer e se dizer com imagens, expor emoções e percepções de mundo. Para desenvolver esse estudo, optamos pela cartografia como método de pesquisa. A pesquisa cartográfica é regida segundo alguns princípios norteadores: a heterogeneidade, que ressalta a natureza rizomática desta forma de investigação, ou seja, qualquer ponto do rizoma conecta-se a outro ponto, formando uma rede heterogênea, variável, acêntrica e aberta; a multiplicidade, onde o investigador propõe se debruçar sobre os elementos de investigação lançando seu olhar sobre as singularidades, nas relações em seus devires; a ruptura a-significante que compreende o movimento da pesquisa como processo aberto, não delimitado por um significado e reconhece que podem ocorrer rupturas a qualquer momento. A cartografia em si, se caracteriza como um modo de entender e encaminhar a pesquisa como prática a partir das questões-problema que surgem ao longo do processo, produzindo planos de imanência que levam o pesquisador para novos pontos de vista. Nessa perspectiva o cartógrafo (pesquisador) caminha junto com suas questões problematizadoras, ele “experiencia” o processo e a pesquisa acontece nesse entrecruzamento de vivências entre cartógrafo e um objeto que não se finda em si mesmo, posto que, para o pesquisador cartógrafo interessam as forças dos objetos e não suas formas, mas aquilo que o ajuda a fazer surgir novas formas. Processo que caracteriza um modo de fazer pesquisa intervenção.