Política de saúde e representações sociais masculinas sobre o adoecimento por câncer e o tratamento oncológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Rocha, Liana Dias Martins da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/38569
Resumo: O câncer representa um grave problema de saúde pública e corresponde à segunda causa de óbito no mundo, com maior índice de mortalidade entre os homens. Consiste em uma doença crônico-degenerativa não transmissível, que afeta várias dimensões da vida humana e requer tratamento complexo e especializado. Apesar da importância dos fatores biológicos e hereditários na incidência de câncer na população masculina, é fundamental a compreensão acerca das categorias analíticas de gênero, geração, raça/etnia e classe social, que devem ser consideradas nos estudos em saúde por produzirem, de maneira articulada, desfechos diferenciados nas trajetórias de vida das pessoas. O objetivo deste estudo foi analisar as experiências e as representações sociais sobre o adoecimento por câncer e o tratamento oncológico de usuários do sexo masculino matriculados pela clínica do Tecido Ósseo e Conectivo (TOC), no Hospital do Câncer II (HCII), do Instituto Nacional do Câncer (INCA). A primeira etapa desta investigação consistiu na elaboração do perfil dos usuários do sexo masculino matriculados no TOC/HCII, entre os anos de 2021 e 2022. Foram analisados o perfil de 288 usuários. Constatou-se que este grupo se caracterizava, majoritariamente, por homens idosos, brancos, com baixa escolaridade, inseridos em ocupações de baixa remuneração e valorização social. O tipo de câncer que mais acometeu e matou esta população foi o melanoma. A maior parte dos usuários chegaram até o HCII/INCA com o estadiamento avançado da doença e não obtiveram a cura para o câncer como o desfecho do tratamento oncológico. Na segunda etapa, foram realizadas 14 entrevistas com os usuários selecionados. Para categorização e análise dos dados qualitativos, utilizou-se técnica de análise hermenêutica-dialética. A partir da análise das entrevistas, foi possível reconhecer os elementos apontados como limitadores na busca pela atenção e cuidado à saúde por parte dos homens, a saber: a dimensão do trabalho remunerado, a construção social das masculinidades e a organização dos serviços de saúde na atenção primária. As narrativas dos usuários possibilitaram compreender o impacto que o adoecimento por câncer e o tratamento oncológico proporcionaram na vida deles, repercutindo não só no corpo e na autoimagem, mas também, na dimensão familiar e social das relações e do mundo do trabalho, contrapondo à concepção de doença como processo biológico e individual.