Arquitetura estratigráfica e evolução geológica da restinga da Marambaia (RJ)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dadalto, Tatiana Pinheiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
GPR
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25828
Resumo: A análise de dados sísmicos de alta resolução coletados dentro da baía de Sepetiba e na região oceânica adjacente, dados de GPR (Ground Penetrating Radar ou georradar) coletados na porção emersa da restinga e dados sedimentológicos e geocronológicos de amostras e testemunhos curtos coletados sobre a restinga e na baía de Sepetiba mostrou a grande complexidade geológica do sistema ilha-barreira da restinga da Marambaia e permitiu a proposição de um novo modelo evolutivo. A interpretação geofísica permitiu identificar 4 unidades deposicionais referentes (i) aos depósitos pleistocênicos, (ii) ao preenchimento fluvio estuarino transgressivo, (iii) a uma paleobarreira progradante de regressão normal e (iv) a uma barreira progradante de regressão forçada e depósitos de seu retrabalhamento sedimentar. Estas unidades são delimitadas por 3 superfícies estratigráficas: (i) a Superfície de Exposição Máxima, que representa o nível máximo da escavação fluvial do Último Máximo Glacial (~ 20 ka A.P.); (ii) a Superfície de Inundação Máxima, que marca o limite de deposição associado ao pico de transgressão do sistema costeiro, entre 8 e 7,5 ka A.P.; e (iii) a Superfície Basal de Regressão Forçada, que representa a base de todos os depósitos marinhos que se acumularam a partir da descida do nível do mar o nível do mar iniciada a ~ 5,8 ka A.P. Esta configuração estratigráfica, com a preservação de sequências transgressivas na área, permitiu identificar as variações do nível do mar, o aporte sedimentar significativo e o controle fisiográfico como os três principais fatores determinantes na evolução da restinga da Marambaia. A variabilidade lateral dos ambientes sedimentares da restinga, confirmada pela ocorrência de diversas fácies geofísicas e sedimentares, atesta a grande complexidade da evolução deste sistema costeiro. Aspectos peculiares de algumas destas fácies foram avaliados como indicadores das modificações paleogeográficas e paleoambientais da baía de Sepetiba enquanto corpo d’água estuarino parcialmente isolado. Estes aspectos incluem a exposição subaérea de alguns depósitos de onde hoje está a baía de Sepetiba (fácies sedimentar com mosqueados amarelo alaranjados), a influência de drenagens continentais na região central da barreira (fácies com compostos húmicos) e a influência de canalizações na sedimentação (canalizações visualizadas no registro geofísico e fácies sedimentares com laminações). Além disso, o processo de corte e preenchimento de canais foi reconhecido como importante agente atuante no desenvolvimento da restinga e no seu fechamento final. O novo modelo evolutivo proposto representa o refinamento do modelo de idades anteriormente proposto pelo grupo de pesquisa GEOMARGEM e estabelece a restinga da Marambaia atual como um sistema de ilha-barreira estuarino de cerca de 20 m de espessura formado nos últimos ~8-7,5 ka A.P., por depósitos inicialmente de regressão normal (entre ~8-7,5 e 5,8 ka A.P.) e posteriormente de regressão forçada retrabalhados por processos de circulação interna da baía de Sepetiba (mais recente que ~5,8 ka A.P.), ancorados em depósitos transgressivos (mais antigos que ~8-7,5 ka A.P.).