Planejamento apriorístico: uma estratégia para a organização das ideias nos textos dissertativo-argumentativos do ENEM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Janine Maria Rocha da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13920
Resumo: Esta pesquisa de caráter qualitativo-bibliográfico, vinculada à área de Estudos de Linguagem, tem como objetivo primacial verificar se o sujeito argumentante – o candidato ao ENEM – realiza um planejamento apriorístico para realizar a produção do seu texto. Para alcançar esse objetivo, utilizamo-nos de importantes componentes da Teoria Semiolinguística, postulada por Patrick Charaudeau, sobretudo do modo de organização argumentativo do discurso, para mostrar que, quando se pensa em produção textual, pensa-se fundamentalmente em situação real de uso, em que o contrato comunicacional entre banca e candidato é o grande norteador de todas as escolhas linguístico-pragmáticas para aprovação do candidato. Além disso, através da concretização desse objetivo primeiro, chegaremos a outro objetivo de suma importância: a disseminação da ideologia da democratização do dom, ou seja, sairemos daquela ideia geneticista de que só alguns detêm a capacidade escritora e migraremos para ideologia de que, se houver um ensino condizente com os postulados das teorias ligadas à ideia de que é o contexto que determina a escolhas linguísticas do texto, um grande quantitativo de alunos poderá ter acesso à escrita desejada pelas instituições escolares. O corpus escolhido para o desenvolvimento de nossa pesquisa foram 9 (nove) redações do ENEM do ano de 2015, cuja proposta temática compreende um assunto que vem se tornando cada vez mais um problema grave: a misoginia. Para a realização de nossa pesquisa, recorremos, dentre outros pesquisadores, a Bakhtin (2003, 2004, 2006), a Marcuschi (2005, 2008) e a Charaudeau (2005, 2014, 2016), para tentarmos classificar a prova de Redação do ENEM como um gênero discursivo; à Antunes (2005, 2009, 2016), à Serafini (1991), à Koch e Elias (2016), para caracterizarmos a atividade da escrita como interativa e processual; a Silva (2015, 2017), para denominarmos a origem terminológica de “planejamento apriorístico”, a fim de conjugá-la com apriorismo kantiano; à Feres (2018), para realizarmos uma breve análise temático-discursiva sobre a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira; e a Coelho (2012, 2016, 2017), para compreendermos a escrita e o seu papel social, na formação da cidadania linguística