Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Willker Menezes da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/13334
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Resumo: |
Introdução: A infecção genital pelo papilomavírus humano (HPV) causa uma doença sexualmente transmissível (DST) que pode ser associada a lesões precursoras da carcinogênese do trato genital. Embora diversos estudos tenham definido o HPV como agente etiológico do câncer cervical, a etiologia do câncer de pênis permanece por ser elucidada, sendo grande a carência de estudos. Entretanto, outros fatores podem estar associados ao início ou progressão do processo de malignização tecidual, como o vírus Epstein-Barr (EBV) e, particularmente, o poliomavírus de células Merkel (MCPyV), cuja prevalência na forma de infecções latentes pode se dar tanto em epitélio saudável quanto em lesões, e que, sob determinadas condições, pode apresentar perfil oncogênico neste tecido. Este estudo visa contribuir para o conhecimento epidemiológico a respeito da prevalência destes vírus em lesões neoplásicas penianas. Objetivos: Investigar a presença do HPV, do EBV e do MCPyV em lesões malignas do trato genital masculino, genotipar o HPV e o EBV quando presentes, quantificar e sequenciar o MCPV quando presente, e correlacionar os tipos de HPV e grau da lesão com a presença e carga viral do MCPyV e do EBV. Metodologia: Um total de 112 amostras de câncer peniano foram coletadas para um estudo transversal, a fim de avaliar prevalência da infecção por HPV, EBV e MCPyV. A metodologia empregada consistiu em: 1 – Detectar a presença do DNA do HPV pela técnica de PCR usando os primers genéricos MY09/11; 2 – Genotipar os HPV através da PCR com primers específicos para o gene E6 dos HPV 6, 11, 16, 18, 31, 33, 35, 45 e 58 e, se necessário, pelo ensaio de Microarranjo de DNA; 3 – Detectar e quantificar o DNA do MCPyV pela técnica de Nested PCR e PCR em tempo real, respectivamente; 4 - Detectar e genotipar o EBV pela PCR. 5 – Correlacionar o grau de invasibilidade das lesões, a dispersão linfonódica de células malignas e o grau histopatológico das lesões, com a presença dos vírus estudados. Resultados: Verificamos a presença do HPV em 64 (57,1%) amostras, nas quais o tipo mais prevalente foi o HPV16 (32,8%). Todas as amostras se encontravam infectadas por pelo menos um tipo de HPV de alto risco oncogênico, exceto seis amostras, infectadas somente pelo HPV6. O MCPyV foi detectado em 4 (3,5%) amostras. O EBV foi detectado em 53 (47,3%) amostras, dentre as quais o EBV1 foi o mais prevalente. Foi encontrado um caso de infecção múltipla por HPV, MCPyV e EBV em um carcinoma de células escamosas de pênis. Este foi o primeiro relato da presença do MCPyV neste tipo de lesão peniana. Conclusão: As prevalências das infecções por HPV e EBV indicam um papel preponderante destes vírus na malignização do tecido peniano. O papel da infecção viral se mostrou significativo dentro da multifatorialidade da etiologia do câncer de pênis. Houve correlação estatística entre o grau de invasibilidade da lesão, e a presença de HPVs de alto risco, EBV1, e coinfecção HPV/EBV. Não houve correlação estatística entre a dispersão linfonófica e o grau histopatológico das lesões com a presença dos vírus estudados A prevalência do MCPyV não foi significante, mas sua presença indica o potencial oportunista deste vírus, e sugere a importância de estudos adicionais e vigilância epidemiológica. |