Níveis plasmáticos de acyl-grelina e obestatina em diferentes estágios da doença renal crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Borges, Natália Alvarenga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11344
Resumo: A perda do apetite é uma condição comum nos pacientes com doença renal crônica (DRC) e pode levar à desnutrição energético-proteica. Desta forma, tem-se buscado compreender mais sobre hormônios que controlam o apetite, dentre eles, a acyl-grelina, com ação orexígena e, a obestatina, que vem sendo descrita como anorexígena. Assim, o objetivo deste estudo foi descrever os níveis plasmáticos de acyl-grelina e obestatina em pacientes renais crônicos em hemodiálise (HD), em tratamento conservador e em indivíduos sem DRC. Foram estudados 64 indivíduos: 29 pacientes em HD (17 homens, 55,4±10,5 anos, IMC 24,4±3,9kg/m2 , 51,8±42,3 meses em tratamento dialítico, 48,3% diabéticos), 19 pacientes em tratamento conservador (5 homens, 59,8±7,5 anos, IMC 26,3±4,8 kg/m2 , taxa de filtração glomerular 28,8±10,5 mL/min, 57,9% diabéticos) e 16 voluntários sem DRC ou outra doença crônica (7 homens, 53,8±5,4 anos, IMC 24,6±2,7 kg/m2 ). Amostras de sangue foram coletadas para determinar, pelo método imunoenzimático (ELISA), os níveis plasmáticos de acyl-grelina e obestatina, e dos marcadores inflamatórios interleucina (IL)-6 e proteína Creativa. Foi realizada avaliação antropométrica para determinação do estado nutricional e composição corporal, o apetite foi avaliado pelo score do apetite e a ingestão alimentar através de 3 recordatórios de 24h. A proporção de pacientes que se encontravam na classificação de sobrepeso e/ou obesidade segundo o IMC (≥ 25 kg/m2 ) foi de 58,6% no grupo HD, 58% no grupo de pacientes em tratamento conservador e 38,4% no grupo controle. A circunferência da cintura (CC) foi elevada em 48,3% dos pacientes em HD, 68,4% daqueles em tratamento conservador e 66,6% dos indivíduos do grupo controle. Nenhum paciente HD e indivíduos do grupo controle declararam ter apetite ruim, já entre os pacientes em tratamento conservador, 22,9% declararam ter apetite ruim ou muito ruim. Apesar disso, 86% dos pacientes em HD e todos os pacientes em tratamento conservador apresentaram ingestão energética abaixo da recomendação para pacientes renais. Os pacientes em HD apresentaram maiores níveis de obestatina [3,0 (2,9-3,1ng/mL] e, menores níveis de acyl-grelina (21,4±9,2 pg/mL) e razão acyl-grelina/obestatina [7,4 (5,1-8,9)] comparados com os pacientes em tratamento conservador e indivíduos sem DRC (p<0,05). Estes pacientes também apresentaram maiores níveis de marcadores inflamatórios. Não houve correlação dos níveis dos hormônios estudados com o apetite, ingestão protéica e energética ou marcadores inflamatórios. Observou-se correlação negativa dos níveis de obestatina com a taxa de filtração glomerular no grupo de tratamento conservador (r= -0,54, p= 0,02). Entre os indivíduos sem DRC, os níveis de obestatina foram associados com IMC (r= -0,73, p=0,004) e CC (r= -0,68, p=0,015). Em conclusão, os níveis plasmáticos de acyl-grelina e obestatina apresentaram-se alterados na DRC e os pacientes em HD tiveram um pior perfil hormonal paralelamente a um conjunto de fatores bioquímicos e nutricionais desfavoráveis