Bivalve cultivation experiments as tools for trace elements monitoring in coastal systems

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Vasques, Ricardo O’Reilly
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35678
Resumo: Devido ao seu hábito filtrador e à capacidade de acumular contaminantes, os moluscos bivalves são os organismos aquáticos mais utilizados em programas de monitoramento ambiental. Esta tese tem como objetivo avaliar a aplicabilidade de moluscos bivalves cultivados na costa do Rio de Janeiro para fins de monitoramento, assim como em relação à qualidade dos produtos consumidos pela população, empregando análises de diferenças intraespecíficas e interespecíficas da bioacumulação de elementos traços. Como primeira abordagem, foi utilizado o método de transplante recíproco para testar a hipótese de que populações de Perna perna de ambientes contrastantes apresentam respostas distintas quando submetidas a um mesmo tipo de ambiente. Dessa forma, foram avaliadas as respostas de duas populações a um primeiro transplante na Baía da Guanabara (BG), seguido por novo transplante para Arraial do Cabo (AC). Altos níveis de Cd nos mexilhões de AC decresceram na BG, ocorrendo o oposto com o retorno a AC. O Mn apresentou comportamento oposto ao Cd, sugerindo biodisponibilidade inversa. Diferentes correlações entre os metais indicaram diferenças adaptativas das populações estudadas a estes ambientes. Como segunda abordagem, foi comparada a bioacumulação de elementos traços por P. perna e vieira Nodipecten nodosus cultivados em uma fazenda em Búzios, assim como possíveis diferenças intrapopulacionais em P. perna. As vieiras foram mais eficientes em acumular Mn, Fe e Cd, enquanto que os mexilhões acumularam mais Zn, Ni e Cu. Foram observadas maiores concentrações de As, Cu e Mn nas fêmeas de mexilhão, possivelmente devido ao processo de maturação gonadal. Os resultados evidenciam a importância do uso de mais de uma espécie para avaliar a exposição a oligoelementos em áreas de cultivo de bivalves. Como terceira abordagem, potenciais diferenças intraespecíficas foram discutidas em relação às diferenças de concentração entre os sexos e potencial exclusão elementar para as conchas de P. perna. Apenas o Cu apresentou concentrações na concha comparáveis aos tecidos, sugerindo maior potencial da exclusão de Cu como fator que influencia a qualidade do tecido para consumo. As fêmeas apresentaram os maiores teores de Mn, Cu, Zn e As, sugerindo que a diferença intraespecífica pode contribuir para a variabilidade do risco alimentar relativo a elementos-traço. Na quarta abordagem, foram analisados os riscos para a saúde alimentar da população humana associados ao consumo de P. perna em relação às concentrações de elementos traços. Quocientes de perigo (QP) para Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn não ultrapassaram o limiar de risco para a saúde alimentar, enquanto o As apresentou um QP 61% superior ao respectivo limiar somente para o pior cenário simulado. Simulações baseadas em índices de risco (IR) para os elementos estudados sugerem que, mesmo para o pior cenário citado (com o As contribuindo com 94% do valor de IR), um consumo de 200g por dia em intervalos de pelo menos 12 dias seria seguro. Se a baixa toxicidade da arsenobetaína (AsB) for tomada como um fator atenuante do risco, esse intervalo de tempo seguro diminuiria para 2 dias e todos QP ficam inferiores aos limiares de risco.