Sujeito entre línguas: a produção textual como possível espaço discursivo para inscrição e tomada da palavra na língua outra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santana, Christiano Titoneli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/3339
Resumo: Esta pesquisa busca analisar o sujeito entre línguas que intenta (in)conscientemente empreender a produção textual em língua estrangeira (LE) como possível espaço discursivo. Para tanto, estudamos as possíveis pistas deixadas pelo sujeito, que podem ser figuradas como gesto interpretativo, paráfrase ou lapsos. Tais vestígios serão analisados de modo a estudar a inscrição e a tomada da palavra do sujeito na LE quando contorna o seu “querer-dizer” na LE. Para compreendermos a produção textual na visada discursiva, recorremos à noção de espaço discursivo empreendido por Maingueneau (1989) para dele propormos um deslocamento. Além disso, para estudarmos a noção de tomada da palavra, voltamo-nos a De Nardi (2002) e, a respeito dos lapsos, partimos da perspectiva de Maia (2006). É importante ressaltar que esta pesquisa filia-se ao quadro teórico da Análise do Discurso de linha francesa, fundada por Pêcheux (1969/2010), assim como desenvolvida no Brasil por meio dos trabalhos de Orlandi (2013). A constituição do corpus dá-se da seguinte forma: trata-se de alunos universitários de Letras (Português∕Inglês) de diferentes períodos, que foram solicitados a ler o conto Old Man at the Bridge, de autoria de Hemingway (1963), e a produzir um texto em língua inglesa sobre a representação do personagem idoso no conto levando em consideração o cenário da história. Analisamos se o sujeito, ao produzir a produção textual em LE, tomou a palavra e inaugurou a produção textual como possível espaço discursivo em meio a tensões entre línguas. Durante nossa análise, não houve casos de sujeito-aluno que não conseguisse empreender a produção textual como espaço discursivo, houve fragmentações, rupturas e lapsos em alguns momentos. As produções textuais trabalhadas apontaram para dois níveis: o nível autoral, quando o sujeito consegue administrar os sentidos discursivamente; e o nível parafrástico ou empírico, quando o sujeito rearranja o seu texto, faz recombinações sintáticas, mas continua filiado ao sentido estrito do conto – não ousa jogar com a língua