Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Silva, Mariana Maiara Soares |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/34172
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Resumo: |
Este trabalho analisa o episódio de destruição de terreiros, documentado por traficantes evangélicos, no município de Nova Iguaçu, situado no estado Rio de Janeiro, em 2017. O caso rompeu paradigmas e mudou a percepção dos conflitos religiosos e étnico-raciais, devido à sua gravidade e à forma como foi registrado, quando religiosos de matrizes africanas foram obrigados a quebrar fios de contas e assentamentos de seus orixás. A análise evidencia a presença de conflitos de natureza étnico-racial-religiosa ao longo da história do Brasil, com destaque ao episódio que ficou conhecido como “Quebra de Xangô”, e um aumento significativo desses conflitos, a partir do crescimento do neopentecostalismo. Ao analisar matérias jornalísticas, busco evidenciar como a mídia relata a dinâmica desses conflitos, assim como destaco que a mobilização dos afrorreligiosos em busca de reconhecimento de direitos, tanto no espaço público quanto no privado, era uma realidade embora tenha sido invisibilizada pela imprensa. A mídia e a política têm papéis significativos na sociedade brasileira. A exemplo disso está a ascensão de religiosos conservadores, de diferentes denominações, no controle dos veículos de comunicação e nas decisões políticas, em busca de promover uma agenda baseada em premissas religiosas. Observo a relação entre o território das casas de candomblé e políticas públicas, considerando remoções forçadas protagonizadas pelo Estado, o afastamento dos terreiros das áreas centrais por conflitos relacionados ao seu modo de vida, e o impacto midiático da divulgação desses conflitos. Por fim, mostro como o cenário político de 2017, marcado por retrocessos, resultou em maior assimetria entre os grupos religiosos, na qual traficantes evangélicos buscaram reforçar seu poder, intensificando os conflitos de natureza étnico-racial-religiosa. A luta contínua dos terreiros contra o racismo religioso é enfatizada, junto aos esforços para proteger tradições e mobilizações políticas, destacando a primeira assembleia em um terreiro de candomblé, diante as agressões de 2017. |