Associação entre índices antropométricos e de composição corporal e fatores de risco para doenças cardiovasculares em adultos atendidos em unidades do Programa Médico de Família de Niterói, Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Mariana Fraga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8596
Resumo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a associação entre índices antropométricos e de composição corporal e fatores de risco (FR) para doenças cardiovasculares (DCV) em adultos (≥45 anos) atendidos em unidades do Programa Médico de Família de Niterói, Rio de Janeiro em 2012. Trata-se de um estudo de caráter transversal com duas subamostras compostas por: 1) 664 indivíduos (410 mulheres) que tinham informações antropométricas (MC, EST e PC) e 2) 536 indivíduos (338 mulheres) que realizaram medições de composição corporal (CC). Foram realizadas medidas de massa corporal (MC), estatura (EST) e perímetro da cintura (PC) nas próprias unidades e novamente na subamostra 2, em laboratório. O protocolo de coleta foi o mesmo para as medições realizadas em ambos os locais. Os dados de CC utilizados foram obtidos por absorptiometria de raio-X de dupla energia (DXA) por um técnico em radiologia. Os indivíduos foram classificados pelo índice de massa corporal (IMC), índice de massa de gordura (IMG), percentual de gordura corporal (PGC), PC e razão cintura estatura (RCE). A pressão arterial foi aferida após repouso dos indivíduos por pelo menos 5 minutos. As análises bioquímicas foram realizadas com uma alíquota de sangue obtida por punção venosa. Calculou-se a média, erro padrão da média, valores mínimos e máximos e intervalos de confiança (95%) para as variáveis contínuas. O teste t de Student não pareado foi utilizado na comparação entre médias, por sexo, para variáveis com distribuição normal, o teste de Mann-Whitney (não paramétrico) para as demais. A associação entre obesidade avaliada pelo IMC e IMG com os FR para DCV foi feita utilizando teste de qui-quadrado. Foram geradas curvas ROC para estimar a capacidade dos índices antropométricos e de composição corporal em discriminar os FC para DCV. Considerou-se o valor de α=0,05 para a significância estatística de todos os testes. As prevalências de obesidade por IMC (38,0 em mulheres vs 18,5% em homens), risco elevado por PC (64,1 vs 20,1%) e RCE elevada (87,5 vs 79,5%) foram consideradas altas. As prevalências de hipercolesterolemia (33,8 vs 20,2%), hipercolesterolemia por autorelato (50,2 vs 27,3%), DM por glicemia (17,3 vs 15,6%), DM por autorelato (19,8 vs 16,5%), HAS (43,5 vs 38,7%), HAD (24,7 vs 25,8%) e HA por autorelato (35,1 vs 49,2%) também consideradas altas. Na primeira subamostra, a associação entre obesidade por IMC para mulheres mostrou-se significativa para glicemia de jejum, diagnóstico de diabetes mellitus (DM) por autorelato, diagnóstico de hipertensão arterial (HA) por autorelato e PC. Nos homens, só houve associações com HA por autorelato e PC. As curvas ROC para DM apresentaram os maiores valores de área sob a curva ROC (AUC) para PC (0,696 e 0,671), RCE (0,685 e 0,656) e IMC (0,645 e 0,627) para mulheres e homens, respectivamente. Os pontos de corte sugeridos para o diagnóstico de DM em mulheres e homens foram: PC (> 93,4 e 98,8cm), RCE (> 0,62 e > 0,54) e IMC (> 26,7 e > 25,5kg/m²). Na segunda subamostra, a associação entre obesidade segundo o IMG de mulheres mostrou-se significativa com glicemia de jejum e a combinação de diagnóstico de DM por autorelato e glicemia de jejum. Nos homens, houve associação com glicemia de jejum, DM por autorelato, HA sistólica e diastólica e por autorelato, PC e idade. As curvas ROC para diagnóstico de hipercolesterolemia por PGC (AUC=0,599) e IMG (AUC=0,591) e DM por PGC (AUC=0,629) e IMG (AUC=0,627) nos homens apresentaram os melhores resultados. Os pontos de corte sugeridos para o diagnóstico de hipercolesterolemia em homens foram: > 26,7% (PGC) e > 7,1kg/m² (IMG). Para o diagnóstico de DM os valores foram: >34,0% (PGC) e > 9,4kg/m² (IMG). O PC apresentou bons resultados na predição da ocorrência dos FR para DCV selecionados, principalmente na identificação de DM, com ponto de corte abaixo do recomendado pela OMS para risco elevado nos homens. A medida de PC apresenta fácil obtenção com viável utilização em unidades básicas de saúde