Localização celular de metabólitos halogenados em Laurencia obtusa (Ceramiales, Rhodophyta)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Leal, Rachel Nunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22626
Resumo: Os corpos em cereja são inclusões celulares encontradas nas células corticais e nos tricoblastos de algumas espécies do gênero Laurencia (Ceramiales, Rhodophyta), e são sugeridos como locais de síntese ou armazenamento de metabólitos secundários halogenados. Os corpos em cereja foram pouco estudados, sua composição é desconhecida e a maior parte dos trabalhos existentes os descrevem apenas com o uso da microscopia óptica convencional. Os objetivos desse trabalho são: descrever a estrutura dos corpos em cereja de L. obtusa por técnicas de microscopia óptica (MO) e microscopia eletrônica de transmissão (MET); determinar as vias de síntese dos metabólitos halogenados em L. obtusa e localizar os metabólitos halogenados nas células de L. obtusa. Foram utilizados três protocolos diferentes para processar as amostras a serem analisadas por MET As amostras fixadas da forma convencional à temperatura ambiente apresentaram corpos em cereja mais preservados e foram utilizadas para a descrição ultraestrutural destas inclusões por MET Estas estruturas são membranosas, ocupam a região central da célula e seu conteúdo varia de homogêneo a granular, podendo conter vesículas, e microvesículas. São osmiofílicas e sensíveis às técnicas de preservação. A presença de bromo e, consequentemente, a presença de metabólitos secundários bromados foi confirmada em corpos em cereja isolados por micromanipulação e depois analisados por microanálise de raios-X. Em MO no modo DIC e por epifluorescência, pôde-se verificar que o conteúdo dos corpos em cereja também está presente em vesículas distribuídas pelo citoplasma parietal. Também por MO foram observados corpos em cereja em espécimes vivos de L. obtusa, os quais estão presentes em número de um a três por célula cortical, se apresentam arredondados ou reniformes, são refrangentes e envoltos por uma dupla membrana. Canais de comunicação membranar conectam os corpos em cereja ao citoplasma periférico da célula, por meio do qual o conteúdo destas inclusões é transportado na forma de vesículas que se difundem pela parede celular em direção a superfície da macroalga. O processo de degradação dos corpos em cereja e morte celular foi acompanhado. Pelos resultados obtidos, confirmou-se que os corpos em cereja são sítios de localização de bromo, e conseqüentemente, local de substâncias halogenadas; que há transporte do material do corpo em cereja para a periferia da célula, possivelmente relacionado à exsudação de metabólitos para a superfície da alga; que a morte celular causada pela degradação dos corpos em cereja indica a natureza autotóxica de seu conteúdo e a necessidade de isolamento do corpo por membranas.