Uso crônico de deoxicolato de sódio e seus efeitos cardiometabólicos em camundongos swiss saudáveis e alimentados com frutose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Hernández, Leidyanne Ferreira Gonçalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35889
Resumo: INTRODUÇÃO: A busca por procedimentos estéticos para redução da gordura corporal aumenta a cada ano. Neste cenário, a mesoterapia com deoxicolato de sódio (DS) tem sido utilizada na melhora do contorno corporal, apesar do seu uso para este fim ser proibido no Brasil pela ANVISA. OBJETIVO: Avaliar o efeito do uso crônico de DS sobre o perfil cardiometabólico de camundongos Swiss machos e fêmeas saudáveis e alimentados com frutose. METODOLOGIA: CEUA/UFF 1011/2017 e 4232071220. Camundongos Swiss fêmeas e machos (3 meses) receberam água (C) ou frutose 20% (F) ad libitum por 12 semanas. Nas últimas 4 semanas, foi aplicado 100 μL de salina (S) ou 50 μg de DS sc. 2x/semana na região inguinal direita (grupos: CS, CDS, FS e FDS). Analisou-se a massa corporal (MC), índices cardiometabólicos, metabolismo glicídico, lipídico e hepático, analitos da urina e a morfologia tecidual e expressão proteica do fígado, tecido adiposo branco (TAB) e coração. RESULTADOS: Em machos e fêmeas, o DS não alterou a MC e peso do TAB, mas houve elevação da razão TAB inguinal direito/esquerdo em machos FDS (p<0,0001), que sofreu diminuição comparado ao grupo FS (p<0,0005). Em fêmeas, o peso do TAB genital e inguinal esquerdo aumentaram, sem hipertrofia de adipócitos. Semelhante aos humanos, o DS crônico gerou nódulos palpáveis, inflamação e fibrose no local da aplicação, sem modulação da expressão de FXR e CD36. No sangue, o DS não alterou a glicemia e lipidograma em machos e fêmeas, apesar da elevação do índice de resistência à insulina em fêmeas no grupo CDS (p<0,001). A frutose induziu hepatomegalia em fêmeas, com volume nuclear de hepatócitos preservado no grupo FDS. O TGP (p<0,01) e a albumina (p<0,05) reduziram em machos CDS e FDS, com expressão preservada de FXR e FGF21. A massa cardíaca e ventricular esquerda (VE) se elevou em fêmeas FDS (p<0,05) sem remodelamento adverso e houve elevação do índice Castelli I. Em machos, o TG do VE elevou-se no grupo FDS (p<0,05). Não houve alteração do FXR. Por fim, o peso renal de fêmeas FDS aumentou (p<0,01), sem alteração de parâmetros urinários, enquanto em machos FDS houve presença de cetonas e glicose na urina. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: O DS não alterou a MC e peso do TAB no local da aplicação. Em fêmeas, a associação do DS com a ingestão de frutose promoveu alterações cardiometabólicas, caracterizadas pelo aumento da massa cardíaca, ventricular, renal, Índice Castelli I e elevação resistência à insulina. Em machos, a redução do TGP e albumina pelo DS é relevante, visto que são indicadores de risco de mortalidade e grau de inflamação, além da elevação do TG cardíaco. Os dados reforçam a necessidade de estudos adicionais para estabelecer a segurança do DS na redução da gordura corporal. Além disso, é indispensável o estabelecimento de bons hábitos alimentares antes de intervenções estéticas, a fim de evitar fatores de risco desnecessários ao tratamento.