Imunoexpressão dos marcadores ezrin e vimentina no microambiente de neoplasias cutâneas foliculares e epidérmicas caninas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Vaz, Maysa Andreola de Queiroz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35720
Resumo: As neoplasias são rotineiramente identificadas na população canina geriátrica, potencialmente atribuídas a uma expectativa de vida prolongada. O objetivo geral deste trabalho foi avaliar os padrões histopatológicos e a expressão dos marcadores associados ao câncer, vimentina e ezrin, por meio da técnica de imuno-histoquímica nas neoplasias cutâneas caninas (tricoblastoma, tricoepitelioma e carcinoma de células escamosas). Foram utilizados um total de 54 blocos com nódulos tumorais cutâneos de 46 cães, provenientes do arquivo do Setor de Anatomia Patológica Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF). Todos os blocos foram avaliados histopatologicamente de forma individual. Nas amostras fixadas em parafina foram realizadas secções histológicas, com três a cinco micrômetros de espessura, coradas com hematoxilina e eosina e analisados em microscópio óptico Nikon E200. Cada nódulo foi avaliado individualmente e classificado quanto ao arranjo tecidual, tipo de célula, citoplasma, núcleo, nucléolo, cromatina, figuras de mitose, infiltrado inflamatório, margem histológica e presença de necrose. O diagnóstico seguiu a classificação proposta por Gross et al. (2009). Foi realizado o processamento imuno-histoquímico, foi aplicado o método da avidina-biotina-peroxidase, utilizando os anticorpos anti-vimentina (ready to use, Dako) e anti- ezrin (1:500, Santa Cruz). Para o sistema de revelação foi empregado o cromógeno diaminobenzidina (Liquid DAB + substrate, Chromogen System código K3468 DAKO), e contra corados com a coloração com hematoxilina de Harris por 2 minutos. Avaliados em microscópio optico óptico Nikon E200. A avaliação estatística utilizou o teste de Mann-Whitney, Kruskal-Wallis, teste exato de Fisher. Os resultados foram separados em capítulos a fim de possibilitar um melhor entendimento e facilitar a leitura. No capítulo 1 teve como objetivo descrever a ocorrência e localização das neoplasias de carcinoma espinocelular, tricoblastoma e tricoepitelioma e sua relação com a cor da pelageme localização de retirada dos nódulos em cães provenientes de região de alta exposição solar. Cães idosos, fêmeas e sem raça definida foram mais comumente acometidos pelos tumores epidérmicos e foliculares avaliados. O carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado localizado no dorso de cães pouco pigmentados foi a neoplasia mais frequentemente diagnosticada, seguido pelo CEC localizado no dedo em animais com pelagem pigmentada. Os achados deste capítuloressaltam a importância do exame histopatológico e do monitoramento contínuo de lesões cutâneas com potencial neoplásico, principalmente em regiões caracterizadas por alta exposição à radiação solar. O capítulo 2 teve o objetivo de avaliar e quantificar imuno-histoquimicamente a expressão de vimentina em tumores cutâneos epidérmicos e foliculares de cães como evidência da transição epitelial-mesenquimal e do comportamento biológico tumoral nestas neoplasias caninas. A contagem de células imunomarcadas com vimentina variou de 0 a 166 células marcadas nas amostras avaliadas. Os tumores malignos apresentaram maior imunomarcação para a vimentina do que os benignos. Todos os tumores expressaram coloração positiva para vimentina em células estromais e os carcinomas espinocelulares mais agressivos apresentaram células neoplásicas positivas para vimentina com formato fusiforme, demonstrando transição epitelial-mesenquimal. A vimentina foi um marcador tumoral válido para avaliação da transição epitelial-mesenquimal de neoplasias cutâneas, epidérmicas e foliculares em cães, já que foi expressa em algumas células neoplásicas de tumores malignos e não em células neoplásicas de tumores benignos. A quantificação de células positivas para vimentina pode ser uma ferramenta importante para o diagnóstico da transição epitelial-mesenquimal e avaliação do comportamento biológico em tumores cutâneos caninos. O capítulo 3 teve como objetivo avaliar a expressão desse biomarcador, por meio de análise imuno-histoquímica, nos tumores carcinoma de células escamosas, tricoblastoma e tricoepitelioma caninos e associá-los a localização anatômica tumoral. Dos 51 nódulos cutâneos neoplásicos, 13.7% (7/51) não apresentaram intensidade de marcação para o ezrin, 11.8% (6/51) apresentaram intensidade de marcação fraca e 74.5% (38/51) exibiram intensidade de marcação forte para o ezrin. A intensidade de coloração forte do ezrin apresentou maior número de nódulos neoplásicos no escore >6, representando 47.37% do total da amostra. A avaliação da expressão de ezrin ressaltou sua importância como biomarcador prospectivo para carcinoma espinocelular (CEC) canino, tricoepitelioma e tumores de tricoblastoma. No entanto, mais estudos de sobrevivência são necessários para determinar a sua utilidade prognóstica. O capítulo 4 teve como objetivo avaliar a expressão do ezrin e a da vimentina por meio da imuno-histoquímica nos tipos neoplásicos caninos carcinoma de células escamosas, tricoblastoma e tricoepitelioma caninos e associá-los a localização anatômica tumoral. Dos 29 nódulos neoplásicos cutâneos, 79.3% (23\29) apresentaram marcação forte para o ezrin. A média de contagem de células imunomarcadas com vimentina foi 28.2 células. A intensidade de marcação do ezrin apresentou associação estatística quanto ao escore de marcação da vimentina pelo teste exato de Fisher. A superexpressão concomitante de ezrin e vimentina nas células epiteliais neoplásicas pode demonstrar a progressão do processo neoplásico, caracterizado por maior motilidade e desdiferenciação celular. Sugerindo um tumor com potencial elevado para comportamento biológico agressivo. O presente estudo revelou predileção dos tumores de pele em cães idosos, fêmeas e sem raça definida, sendo o carcinoma espinocelular o mais prevalente. Notavelmente, esses tumores afetaram predominantemente o dorso em cães com pelagem branca e os dígitos daqueles com pelagem preta. Os resultados ressaltam a necessidade de vigilância no monitoramento de lesões cutâneas com potencial neoplásico, juntamente com avaliações histopatológicas e imuno-histoquímicas abrangentes. Neste estudo, a vimentina não apresentou imunoexpressão em tumores cutâneos benignos em cães, mas foi notavelmente superexpressa em células estromais e neoplásicas de tumores cutâneos malignos, corroborando a transição epitelial-mesenquimal característica das neoplasias malignas. Já o ezrin demonstrou ser um biomarcador considerável na avaliação de tumores neoplásicos cutâneos caninos, principalmente naqueles com potencial invasivo, auxiliando oncologistas veterinários na elaboração de protocolos de quimioterapia personalizados, fornecendo informações sobre o microambiente tumoral e sua capacidade invasiva. Além disso, a Coexpressão de ezrin e vimentina em tumores cutâneos caninos sugeriu progressão neoplásica, como evidenciado pelo aumento da motilidade e desdiferenciação celular, características marcantes do comportamento biológico agressivo.