A produção do espaço pelo turista na Região Encontro das Águas: geossímbolos do Araguaia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Garcia, Rita Maria de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34043
Resumo: O espaço é produto das ações humanas, do “ser-no-mundo”; é concebido em uma dinamicidade crescente e a partir de trajetórias em um constante devir. O turismo é uma prática social - logo espacial - deste ser que se desloca e promove relações significativas com o lugar, com a comunidade local, com empresários, dentre outros. O objetivo desta pesquisa, portanto, consiste em analisar a espacialidade do turista a partir da relação entre o espaço percebido, concebido e vivido na Região Encontro das Águas. Tal região corresponde ao aglomerado dos municípios: Barra do Garças (MT), Pontal do Araguaia (MT) e Aragarças (GO), na confluência dos rios: Araguaia e das Garças. Este aglomerado refere-se ao locus da pesquisa, a qual investigou a espacialidade do turista a partir dos seguintes procedimentos metodológicos: pesquisa bibliográfica, pesquisa quantitativa e pesquisa qualitativa. Em se tratando da pesquisa bibliográfica, o aporte teórico utilizado baseou-se em autores como Lefebvre (2006), Massey (2009) e Bonnemaison (1981, 2004), dentre outros, não menos relevantes. No diz respeito à pesquisa quantitativa, com o propósito de identificar o turista e as motivações de sua viagem, realizou-se um levantamento por meio da aplicação de 1.140 formulários nos principais pontos de acesso à Região Encontro das Águas, durante 12 meses. E, com relação à pesquisa qualitativa, a fim de identificar e discutir o processo de construção e apropriação simbólica realizada pelo turista, usou-se a técnica de entrevista, com roteiro estruturado e aplicado com 52 turistas, em 17 atrativos turísticos da Região. Os resultados deste trabalho apontaram que o turista, estrategicamente, faz uso da diferença/multiplicidade discreta para destacar e distinguir, por determinados atributos, os atrativos turísticos e, assim, tornar os lugares e as experiências únicas, destacando a heterogeneidade. Conferiu-se que a “natureza” - ou sua representação – atua como principal atrativo turístico da Região Encontro das Águas, materializada nos rios, praias, matas, cachoeiras e nas águas termais. As representações sociais que permeiam a experiência coletiva do turista na Região Encontro das Águas são: hedonismo, sagrado/profano, espaço-tempo do sossego, sensualidade, natureza sacralizada (símbolo do sagrado, restauração da mente, pureza). Contudo, verificou-se que o símbolo não é apenas uma representação do espaço, do atrativo turístico; o símbolo também é algo do campo afetivo daquilo que se é percebido, vivido; é um investimento de sensações, expectativas, portanto, uma prática. A indissociabilidade entre o percebido, vivido e concebido remete-nos o que Bonnemaison (1981) denominou como geossímbolo. A produção do espaço pelo turista da Região Encontro das Águas promove o “geossímbolo Encontro das Águas”, com uma referência à diversidade de formas/conteúdos que a presente pesquisa revelou.