Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Cavalcante Segundo, Geórgenes Hilário |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/6135
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Resumo: |
O objetivo geral deste trabalho é estudar os principais processos físicos atuantes na região costeira do Pará e sistema estuaríno costeiro do Rio Caeté. A metodologia consiste basicamente, em confrontar observações diretas de velocidade, dados hidrográficos, estações maregráficas e estações meteorológicas, além de dados coletados a partir de sensores de satélites e estudos pretéritos sobre a evolução geomorfológica da região, avaliando a correlação e o comportamento destes parâmetros durante anos distintos. Através da avaliação da posição da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), foi identificado que os ventos fluem principalmente na direção norte-nordeste durante o verão austral, e leste-nordeste durante o inverno austral associado ao deslocamento da ZCIT para o Hemisfério Norte. Dessa forma, é evidenciado que a influência perpendicular dos ventos sobre a dinâmica da costa do Pará é mais intensa do que a componente paralela à costa, sendo tal mudança associada ao deslocamento da ZCIT. A energia do vento apresentou uma freqüência de 58,5% na direção nordeste, seguida por 20,7% e 11,5% nas direções leste e norte, respectivamente. Outro aspecto além da variabilidade dos ventos influenciando as correntes costeiras, foi a presença de uma massa d’água superficial continental chamada de "água preta" com salinidade 12, fluindo na direção sudeste com velocidade aproximada de 0,78 m s-1. Estes resultados revelaram uma possível influência desta massa d’água sobre a circulação costeira, gerando principalmente, estratificação de corrente. Considerando as medidas realizadas em escala regional, em frente à foz do rio Caeté, a estrutura de corrente e salinidade foram dominadas pela presença da descarga fluvial, maré, persistência do vento e a possível presença de vórtice costeiro de pequena escala. A recirculação encontrada na região costeira adjacente a Baía do Caeté, parece ter sido provocada por um sistema de recirculação costeiro de pequena escala ou vórtice local. O limite de influência das águas do rio Caeté sobre a região externa indicou a isóbata de 30 m, como sendo o contorno externo de influência dessas águas. O limite entre 30 e 40 km na direção normal à costa foi definido, mas pode haver alteração durante as marés de sizígia e redução da descarga. Como objetivo final da pesquisa, o estuário do rio Caeté, medidas realizadas dentro do canal estuaríno identificaram um ambiente altamente dinâmico variando entre parcialmente misturado, com alta estratificação e sem estratificação vertical. A descarga fluvial dominou o transporte advectivo de sal, seguida pela propagação progressiva da onda de maré (transporte de Stokes) e difusão (bombeamento) da maré. Através da avaliação das mudanças costeiras na área Bragantina, indicou-se severa erosão litorânea, com redução de 32 km2 e acresção de 20 km2, resultando em uma perda de quase 12 km2 durante as últimas três décadas. Isto significa que a região costeira do Pará e Maranhão está sob continuo processo erosivo. Como avaliação final da pesquisa, identificou-se que há uma quantidade razoável de conhecimento acumulado sobre a dinâmica da plataforma Amazônica e costa do Pará. Movimentos na plataforma Amazônica são forçados principalmente por marés, tensão de cisalhamento do vento e Corrente Norte do Brasil. Estudos orientados são necessários para aumentar a compreensão dos mecanismos físicos como a dinâmica da plataforma interna próxima a região costeira do Pará, o ciclo sazonal de estratificação, e o papel das descargas fluviais dos rios Amazonas e Pará na região costeira adjacente ao Pará. Do ponto de vista prático, essa pesquisa pode servir como base para um possível programa de desenvolvimento e gerenciamento sustentável da região, em função do crescente aumento da influência antrópica nos últimos anos |