Rex perpetuus norvegiae: a sacralidade régia na monarquia norueguesa e a santificação de Oláfr Haraldsson (c. 995 – 1030) à luz da literatura nórdica latina e vernacular (sécs. XI-XII).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Birro, Renan Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Rei
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/261
Resumo: A pesquisa de mestrado intitulada Rex perpetuus norvegiæ: a sacralidade dos reis noruegueses e a santificação de Óláfr Haraldsson (c. 995-1030) à luz da literatura nórdica latina e vernacular (sécs. XI-XII) é um inquérito sobre as diferentes tradições de sacralidade régia na Noruega durante a Era Viking e a Escandinávia Medieval, sobre a santificação do viking, rei, mártir e santo norueguês Óláfr Haraldsson, além da utilização de sua imagem como padroeiro do reino para consolidar a monarquia, a Igreja da Noruega e a recepção da biografia sagrada do santo norueguês por parte dos fieis. Óláfr Haraldsson (c.995-1030) viveu como viking durante alguns anos. Em 1015 ele retornou à Noruega para reclamar o trono após ser batizado em Rouen. A grande tarefa deste rei foi consolidar a conversão de seu povo ao cristianismo, tarefa que cumpriu à maneira de Carlos Magno: conversões forçadas e destruição de objetos e espaços de veneração pagãos. Ele foi banido do reino após a derrota na Batalha de Helgeå (1026). Após como proscrito, ele retornou em 1030, mas foi morto na Batalha de Stiklestaðir (1030). O rei morto transformou-se num objeto de veneração pouco após a sua morte, e um ano após a derradeira batalha, seu corpo foi transladado das cercanias de Nidaróss para o seio dessa cidade, que ficava na região onde este rei encontrava o maior número de seus detratores. Há indícios de peregrinações em massa para o seu santuário, e os inimigos do controle dinamarquês sobre a Noruega viram em Óláfr a possibilidade de se fortalecer, assim como a Igreja local, que tentava se unir a monarquia para ganhar forças e sobreviver num território recém-convertido à fé cristã. Seus sucessores empenharam- se em utilizar o rei-mártir para fortalecer seu poder político no reino. Entrementes, elementos da antiga sacralidade régia pagã foram reaproveitados, como o hamingja (“sorte”), além da incorporação da sacralidade régia cristã e do monarca defunto como padroeiro do reino e rei perpétuo da Noruega. O modelo inicial da biografia sagrada do santo seguia o padrão anglo-saxão de reis mártires, embora tenha sofrido influências da cultura local e respondido aos anseios da comunidade.