Villa-Lobos, o educador: canto orfeônico e o estado novo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gonçalves, Maria das Graças Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13641
Resumo: Esta pesquisa tem como tema a proposta pedagógica de ensino musical, através das aulas de canto orfeônico, apresentada por Heitor Villa-Lobos nos anos trinta e implantada nas escolas primárias e secundárias, inicialmente do Distrito Federal e, depois para todo o país, durante o Estado Novo. Ao apontar suas articulações sociais, buscar-se-á esclarecer como e por que essa proposta pode mobilizar não só o Estado e políticos de diferentes tendências, como também, numerosos professores, alunos e um extenso público. Buscar-se-á também uma reflexão sobre a linguagem musical desenvolvida pelo maestro que, ao mesclar elementos da música erudita com a música popular, buscando uma musicalidade nacional, deixou transparecer suas posições políticas e revelou uma nova forma de retratar o Brasil. Villa-Lobos acreditava no caráter socializador da música e que a prática escolar desse ensino, no seu dia a dia, contribuiria para a construção de um ambiente de solidariedade e de consciência coletiva, importantes para a convivência em grupo. Ao reconhecer no “movimento renovador” de 1930 a chance de realização de um programa de educação musical popular, cuja base mais importante estaria no canto coletivo como meio de uma educação estética, social e artística, instrumento de promoção de novos hábitos de disciplina, de civismo entre crianças e jovens escolares, o canto orfeônico veio a ocupar um espaço importante dentro dessa proposta política, ao viabilizar uma pedagogia de mobilização, através da música, como um dos caminhos possíveis para se alcançar a harmonia social. Portanto, considerar a música enquanto um espaço de luta, resultado de um processo histórico significa, sobretudo, vê-la como um campo onde diversos discursos, aspirações, sentimentos e crenças se entrelaçaram. Nesta perspectiva, a música e a política se encontraram.