A autodestruição através do duplo: análises a partir de uma perspectiva gótica

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Moura, Victoria Barros
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Duplo; Autodestruição; Gótico; Modernidade; Contemporaneidade; Literatura; Double; Self-destruction; Gothic; Modernity; Contemporary
• Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/25984

Esta pesquisa tem como objetivo principal investigar como a figura do duplo é representada na literatura da modernidade, entre o início do século XIX e o início do XX, a partir de três contos literários, e comparar como ela é construída na contemporaneidade, através de episódios de uma série de televisão. Pretende-se ainda fazer uma leitura do processo de duplicação a partir de uma perspectiva gótica, já que tanto a literatura gótica, quanto a de dualidade estão relacionadas por instaurarem o horror na narrativa (DRYDEN, 2003, p. 38). Alguns conceitos psicanalíticos são pertinentes a esta pesquisa para uma melhor compreensão acerca do duplo como tópos literário. Otto Rank (1971), por exemplo, afirma que as diversas formas de representação do duplo têm em comum a relação ambivalente para com o sujeito: muitas vezes, assumem função protetora, mas também acabam tornando-se inimigos perseguidores. Rank (1971) também observa que o duplo pode estar na base de uma instância crítica para observar e analisar o eu. Já na contemporaneidade, por sua vez, a temática do duplo também está presente em outros suportes, além da literatura. A fim de comparar como o duplo é construído em um outro contexto histórico e em um outro meio, serão analisados episódios da série de televisão britânica, Black Mirror, focando não só no duplo, que surge por uma escolha do indivíduo, mas também em como este revela a perversidade humana e causa a destruição do eu. Para o desenvolvimento do tema proposto, serão examinados os contos literários “William Wilson”, de Edgar Allan Poe, “The Jolly Corner”, de Henry James, e “Consequences”, de Willa Cather, e os episódios “White Christmas”, “USS Callister” e “Black Museum”, da série de televisão Black Mirror.