Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Martins, Gabriel Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/2188
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Resumo: |
Este trabalho consiste na reconstrução paleoambiental de dois lagos amazônicos através de dados sedimentares e geoquímicos com especial ênfase a geoquímica orgânica e isotópica. Os lagos estudados apresentam-se em duas área climáticas distintas da Amazônia, sendo o Lago do Saci localizado ao sul do estado do Pará, em área de clima tropical com estação seca definida; e a Lagoa da Pata, localizada no extremo norte do Amazonas em regime de clima sempre úmido. O registro do Lago Saci abrange o intervalo entre 35.000 cal AP até o último milênio e o registro da Lagoa da Pata abrange os últimos 7500 cal AP. Na lagoa da Pata observou-se a existência de condições secas durante o Holoceno Inferior (7.500 – 6.500 anos cal AP) e o Holoceno Médio (6.500 – 3.600 anos cal AP) com baixos valores de COT (Carbono orgânico Total) e altos valores de 13C, sugerindo baixo nível do lago e aumento na contribuição de plantas C4. Durante o Holoceno Superior (3.600 anos cal AP até o presente) a estabilização de um clima mais úmido é observado na Lagoa da Pata, suportado pelo aumento significativo nos valores de COT e redução nos valores de 13C, sugerindo um aumento no nível do lago e contribuição de plantas C3. O registro molecular da Lagoa da Pata sugere a existência de uma vegetação adaptada a condições de alto estresse hídrico em função do tipo de solo presente na região do Morro dos Seis Lagos. A composição isotópica de carbono do n-alcano apresentou um range de valores característicos de vegetação C3 (-33,6‰ e -36,9‰) durante os últimos 7.500 anos cal AP. No Pleistoceno Superior, o Lago do Saci é caracterizado pelos menores valores de COT e valores mais enriquecidos de 13C sedimentar, sugerindo um baixo nível lacustre e grandes contribuições de plantas C4. O ápice do clima seco acontece entre 22.000 – 21.000 anos cal AP, com ocorrências significativas de incêndios, indicado pelos valores de BC (Carbono Grafítico). A transição para o Holoceno é marcado pela ausência de sedimentação entre 18.200-9.200 anos cal AP, sugerindo a ocorrência de uma fase seca severa ou evento erosivo atuante no fim do período glacial. O Holoceno no Lago do Saci marca um aumento no nível do lago, refletido pelo aumento na produtividade e acumulação da matéria orgânica. Esse período tem como característica a ocorrência de eventos de transporte de material da bacia de drenagem, representado pelos pulsos de areia.Os dados de biomarcadores moleculares sugerem condições de estresse hídrico durante o Pleistoceno e o Holoceno Médio na Lago do Saci, em função dos altos valores de ACL (Comprimento médio da Cadeia), sendo esses períodos os com maiores contribuições de plantas C4 como indicado pela razão C33:(C27+C29). Os valores de 13C dos n-alcanos (- 33.2‰ e -35.7‰) sugerem que a região foi coberta por vegetação C3 durante todo o período e mostram uma variação significativa entre o Pleistoceno Superior e o Holoceno, associada a alterações fisiológicas da vegetação. O registro de D sugere um período de precipitação reduzida no Pleistoceno e um período de chuvas mais abundantes no Holoceno. Ambos os registros (Lago do Saci e na Lagoa da Pata) sugerem condições ligeiramente mais úmidas durante o Holoceno, com a existência de uma fase seca no Holoceno Médio, caracterizados por uma redução significativa no nível lacustre e maior contribuição de plantas C4. As chuvas se tornam mais abundantes na Lagoa da Pata e o Lago do Saci a partir de 4.000 anos cal AP onde ocorre a expansão da floresta. Em Ambos os sítios, o sinal isotópico de biomarcadores, apesar de indicar alterações na precipitação, apresentou um enriquecimento do sinal isotópico em função da evapotranspiração ou alteração na vegetação fonte (C3 ou C4), alterando o processo de fracionamento do deutério. |