A interferência de estados emocionais negativos e de demandas cognitivas na memória de trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Figueira, Jessica Sanches Braga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/21379
Resumo: Estímulos emocionais tem a habilidade de alterar os estados emocionais internos e, a partir disso, influenciar o processamento cognitivo. Essa influência se dá, primariamente, porque tais estímulos possuem uma importância evolutiva e, por isso, tendem a capturar recursos de processamento, desempenhando, muitas vezes, um papel distrativo em alguma tarefa cognitiva. Manter informações relevantes em foco para executar uma tarefa enquanto inibe estímulos irrelevantes é uma das funções da memória de trabalho. Este trabalho teve como objetivo geral verificar se a indução de um estado emocional negativo poderia influenciar a memória de trabalho. Para tal, utilizou-se da técnica de potencias relacionados a eventos (ERP) para verificar se a capacidade da memória de trabalho, indexada pelo ERP Atividade de Atraso Contralateral (CDA), seria influenciada por um estado emocional negativo. Além disso, a partir de análises de tempo-frequência, objetivou-se também investigar se a assimetria hemisférica da atividade na banda alfa, que está relacionada com a manutenção de itens na memória de trabalho, e no acoplamento entre o córtex frontal e o córtex parieto-occipital são moduladas por um estado emocional negativo e pela quantidade de itens a serem representados na memória de trabalho. Os participantes realizaram uma tarefa de detecção de mudança com dois níveis de dificuldade (memorizar 2 ou 4 itens) precedida de imagens neutras ou negativas. Os resultados mostraram que um estado emocional negativo pode reduzir a capacidade da memória de trabalho. Os participantes com maior traço de ansiedade e com menor habilidade em controlar os pensamentos intrusivos foram os mais influenciados por tal estado emocional. Além disso, os resultados mostraram a já esperada redução de alfa no hemisfério contralateral ao arranjo a ser memorizado em comparação com o hemisfério ipsilateral. Observou-se também maior acoplamento de fase entre os eletrodos frontais e occipitais quando os participantes mantinham quatro itens na memória de trabalho (vs. dois itens) e quando estavam no estado emocional neutro. Esses dados são consistentes com a ideia de que representar mais itens na memória de trabalho requer maior conectividade entre áreas corticais e que um estado emocional negativo é capaz de perturbar a conectividade cortical