Impacto da variação climática nos atendimentos por dermatite atópica em crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barbosa, Marianna Corrêa da Costa Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34004
Resumo: Introdução: A dermatite atópica é uma das doenças inflamatórias cutâneas mais comuns da infância e seu curso parece ser influenciado por fatores climáticos, apresentando aumento da prevalência global nas últimas décadas. Objetivos: Investigar a associação entre os fatores climáticos e as exacerbações de dermatite atópica em crianças e adolescentes; conhecer, entre esses fatores, aquele cuja variação mais se correlaciona à variação do número de atendimentos pela doença; avaliar se é possível prever o aumento das exacerbações de acordo com a variação climática e se há influência da estação do ano nos atendimentos. Material e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo com dados dos atendimentos entre janeiro de 2014 e dezembro de 2020, cujo diagnóstico tenha sido de dermatite atópica em crianças e adolescentes, no Hospital Naval de Brasília. No site do Instituto Nacional de Meteorologia, foram obtidas as médias mensais dos elementos climáticos: umidade relativa do ar, temperatura ambiental, pressão atmosférica, precipitação mensal e número mensal de dias de precipitação referentes à cidade de Brasília. A amostra foi dividida em grupo 1 (uma exacerbação) e grupo 2 (duas ou mais exacerbações). As variáveis qualitativas foram apresentadas como frequência e as quantitativas foram apresentadas como média, desvio padrão, valores máximo e mínimo, e intervalo de confiança. Usou-se regressão logística e curva ROC para avaliar se os fatores climáticos se associaram à variação do número de atendimentos. Uma regressão linear foi feita para avaliar a correlação entre o fator climático mais influente e as exacerbações por dermatite atópica. Resultados: A amostra foi de 220 pacientes, 67,27% no grupo 1 e 32,73% no grupo 2. O total de atendimentos foi 298. A média de idade foi de 7,3±5,3 anos, sem diferença estatística entre os grupos. Nos grupos 1 e 2, predominou a cor branca, respectivamente 85,8% e 76,4%. No inverno, houve mais atendimentos, correspondendo 34,9% do total. Houve maior influência da umidade relativa do ar e correlação inversa entre este fator e as exacerbações. Conclusões: A umidade relativa do ar pareceu influenciar mais a variação dos atendimentos do que os outros fatores climáticos, apresentando correlação inversa. Os meses mais secos concentraram a maior parte dos atendimentos por dermatite atópica, mostrando uma necessidade maior de prevenção nessa época do ano. O inverno foi a estação que concentrou mais atendimentos pela doença. É necessário que mais pesquisas sejam desenvolvidas em outras regiões brasileiras, para conhecer melhor o comportamento da dermatite atópica em relação aos fatores climáticos regionais, possibilitando atuar na prevenção das crises.