Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Mara Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/10788
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Resumo: |
O acidente por picada de aranhas vem crescendo muito nos últimos anos, sendo o terceiro mais frequente dentre os acidentes por animais peçonhentos registrados no Sistema de Informação de Agravos de notificação (SINAN). O acidente por aranhas do gênero Loxosceles, conhecidas como aranha marrom, é responsável por cerca de 34 % dos casos. O veneno dessas aranhas promove dermonecrose no local da picada e desencadeia resposta inflamatória sistêmica. Divergências sobre a eficácia do soro antiveneno na neutralização dos efeitos locais resulta em diferentes abordagens terapêuticas. O óleo de copaíba é usado popularmente, em especial na Amazônia, como antiinflamatório, cicatrizante e antiinfeccioso por diversas vias de administração. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do óleo de copaíba como coadjuvante ao tratamento do envenenamento pela aranha marrom. As lesões cutâneas foram induzidas no dorso de coelhos por inoculação intradérmica do veneno de L. intermedia. O tratamento tópico foi realizado 6 horas após a inoculação e repetido por 30 dias. A dose mínima necrosante (MND) foi definida como 2,4 μg / kg. A redução na contagem de plaquetas ocorreu em todos os grupos inoculados com veneno, tratados ou não com o óleo de copaíba, e apresentaram significância estatística quando comparados com o grupo controle. A diminuição de heterófilos no sangue foi observada apenas para o grupo inoculado com veneno e sem tratamento. Além disto, o tratamento tópico com óleo de copaíba demonstrou um desenvolvimento cicatricial de forma diferenciada, sem presença das cicatrizes na pele após 30 dias da inoculação do veneno. A histopatologia demonstrou melhor regeneração da epiderme / derme sem deposição de colágeno no grupo tratado com óleo de copaíba. Por outro lado, para avaliar o efeito do tratamento oral com óleo de copaíba sobre a resposta inflamatória decorrente do envenenamento, camundongos foram separados em grupos controle e veneno. O veneno foi inoculado no ventre dos animais através de inoculação intradérmica. Em seguida, os grupos controle e veneno foram separados em três grupos: sem tratamento, tratamento com dapsona ou óleo de copaíba. Os dois tratamentos iniciaram 24 horas após a inoculação do veneno e se repetiram por 3 dias. Após a administração oral, o óleo de copaíba impediu a migração de leucócitos para o local da inoculação do veneno na pele, contudo, promoveu acúmulo de material hialino e glomerulonefrite após 3 e 30 dias, respectivamente. Em relação as células inflamatórias, o óleo de copaíba reduziu a quantidade de monócitos inflamatórios na medula óssea (V:9,01 e V+C:1,532 x 105 céls/mL) e sangue (V:10,673 e V+C:0,9695 x 104 céls/mL) dos camundongos inoculados com veneno e diminuiu o recrutamento de linfócitos B (V:2,78 e V+C:1,5425 x 106 céls/mL) e T (V:1,933 e V+C:1,1425 x 105 céls/mL) decorrentes da inoculação do veneno. A dapsona foi mais eficiente na redução de neutrófilos na medula óssea (V:9,01 e V+D:4,635 x 105 céls/mL), sangue (V:10,673 e V+D:1,1887 x 104 céls/mL) e baço (V:7,0237 e V+D:2,344 x 106 céls/mL), contudo não impediu os efeitos deletérios da inoculação do veneno na pele e no rim. Com estes resultados é possível propor o desenvolvimento de um novo medicamento fitoterápico contendo óleo de copaíba para o uso tópico ou oral que possa melhorar o processo de cicatrização das lesões desencadeadas pelo veneno da aranha marrom, associado a soroterapia específica |