Helmintos e protozoários em amostras fecais de artiodáctilos no Parque Estadual da Pedra Selada, Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://app.uff.br/riuff/handle/1/27111 http://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2022.m.13069849717 |
Resumo: | Ao longo dos anos a fauna de mamíferos vem diminuindo e alterando devido a entrada de bioinvasores em Unidades de Conservação, destacando, o suíno feral. Por ser um animal exótico, torna-se relevante analisar os parasitos que podem estar infectando esses bioinvasores e os nativos da fauna. Mediante o exposto, este estudo teve como objetivo avaliar os parasitos gastrointestinais de artiodáctilos em fezes coletadas no Parque Estadual da Pedra Selada, RJ e nas suas zonas de amortecimento. Foram coletadas amostras fecais com morfologia compatível com a de artiodáctilos em diferentes áreas do Parque entre 2020 e 2021. Os pontos de coleta foram georreferenciados, plotados em mapas e as fezes armazenadas em sacos plásticos. Parte da amostra foi submetida a identificação do hospedeiro associado ao material fecal por meio de análise macroscópica e molecular tendo como alvo o gen coi. A outra parte do material foi submetida a pesquisa de parasitos por técnicas coproparasitológicas qualitativas e quantitativas. Amostras que apresentaram cistos do Filo Ciliophora foram analisadas molecularmente com primers ITS1.5.8S.ITS2. Das 101 amostras coletadas, 71,3% foram encontradas no Vale do Pavão, área mais antropizada do Parque, 23,8% no Vale da Grama e 4,9% no Morro Redondo. As fezes tinham coloração amarronzada, formato de pelotas, sendo levemente pontiagudas, típicas da Ordem Artiodactyla. Na análise molecular foi identificado 79 amostras como pertencentes a Sus scrofa e duas a Mazama gouazoubira. Verificou-se maior riqueza de parasitos nas fezes do Vale do Pavão (R=8) do que no Vale da Grama (R=3). Neste último, foi observado uma maior dominância de parasito, sendo esta atribuída ao Filo Ciliophora. A maior diversidade parasitária foi observada nas amostras de S. scrofa coletadas no Vale do Pavão pelos índices de Shannon(H’) e Simpson(D), sendo estes estatisticamente significativos (p≤0,05) ao ser comparado com Vale da Grama. Cistos do Filo Ciliophora foram as formas mais detectadas estando presentes em 39,6% das fezes, seguido de ovos de Ascaris sp. 11,8% e de Metastrongylus sp. 5,9%, bem como de larvas de nematoides 7,9%. Estas estruturas foram as mais recuperadas nas fezes que foram identificadas como pertencente a S. scrofa. Apenas em um material fecal de M. gouazoubira foi detectado ovo de Ascaris sp.. Verificou-se superioridade no diagnóstico dos cistos do Filo Ciliophora por meio das técnicas qualitativas de Ritchie modificada, seguida de Lutz e Sheather modificada. Em relação as quantitativas, Mini FLOTAC apresentou um resultado mais satisfatório do que McMaster. Em 26 amostras com cistos desse Filo foi caracterizado sequências nucleotídicas do protozoário Balantioides coli, sendo em 13 identificadas variantes genéticas do tipo B0, uma do tipo B1, 11 do tipo A0 e uma que ficou caracterizada em tipo A, não sendo enquadrada em nenhum dos subtipos. No Vale do Pavão foi identificado sequências variantes para B. coli majoritariamente A0, tipo este que já foi detectado em ser humano, sendo apontado com potencial zoonótico. Cabe ressaltar, que este é o primeiro estudo em continente americano que caracterizou de forma robusta B. coli em fezes de S. scrofa em vida livre, colocando esse bioinvasor como um dos reservatórios desse parasito. Esse inquérito parasitológico ressaltou um cenário problemático que foi gerado devido a ações antrópicas indiretas que favoreceram a presença do suíno feral em Unidades de Conservação. Esse panorama destaca a necessidade de uma abordagem de Saúde Única para resolução dessa problemática, uma vez que esse bioinvasor pode estar acarretando prejuízos para a saúde ambiental, humana e animal, principalmente para a fauna local |