Zinco-alfa2-glicoproteína e sua associação com composição corporal e gasto energético de pacientes em hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Leal, Viviane de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11706
Resumo: A zinco-alfa2-glicoproteína (ZAG) é uma adipocina envolvida na redução da adiposidade através da mobilização lipídica, aumento do gasto energético e inibição da lipogênese. Recentemente, níveis aumentados de ZAG foram descritos em pacientes submetidos à hemodiálise (HD), entretanto, sua relevância clínica ainda necessita de investigação. O objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de ZAG e sua associação com a composição corporal e gasto energético de pacientes em HD. Foram estudados 49 pacientes em programa regular de HD (53,1 ± 12,8 anos de idade, 28 homens, 67,8 ± 41,1 meses em HD, índice de massa corporal (IMC) de 23,9 ± 4,3 kg/m2) e 20 indivíduos não submetidos à terapia renal substitutiva (49,5 ± 15,2 anos, 9 homens, IMC de 25,6 ± 4,1 kg/m2). Amostras de sangue foram coletadas para determinar os níveis plasmáticos de ZAG, marcadores inflamatórios (proteína C reativa (PCR), fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α) e interleucina-6 (IL-6)) e adipocinas (leptina e adiponectina). A composição corporal foi avaliada através de dados antropométricos e a função muscular, por dinamometria manual (DNM). Valores de DNM inferiores ao percentil 10 correspondente, segundo gênero e idade, a valores regionais específicos foram classificados como função muscular comprometida. O gasto energético foi avaliado através de SenseWear Pro2 Armband. A ingestão alimentar foi estimada através de recordatório de 24 horas, realizado em 3 ocasiões distintas (dia de HD, sem HD e de fim de semana). Embora a maioria dos pacientes submetidos à HD (59,2%) apresentasse eutrofia segundo o IMC, 91,1% apresentavam elevado percentual de gordura corporal (%GC) e 43,5%, reduzidos valores de circunferência muscular do braço. Os valores médios de DNM foram maiores nos homens (28,8 ± 9,7 kg vs 13,9 ± 6,5 kg nas mulheres; p < 0,0001) e 55,8% dos pacientes apresentavam função muscular comprometida. Com relação à ingestão alimentar, a média de ingestão energética foi de 1421,2 ± 531,2 kcal/dia. O gasto energético total dos pacientes em HD foi de 2257,7 ± 639,9 kcal/dia e o gasto energético de repouso, de 1513,4 ± 322,8 kcal/dia. Os níveis de PCR, TNF-α, IL-6 e leptina foram maiores nos pacientes em HD, enquanto os níveis de adiponectina foram comparáveis entre estes e indivíduos do grupo controle. Os níveis plasmáticos de ZAG foram maiores nos pacientes submetidos à HD (135,9 ± 40,9 mg/L vs 54,6 ± 23,0 mg/L nos indivíduos do grupo controle; p<0,0001). Nos pacientes em HD, ZAG foi negativamente correlacionada a parâmetros de adiposidade (somatório das dobras cutâneas (r= -0,47; p = 0,001), %GC (r= -0,36; p = 0,01), massa de gordura (MG) (r= -0,39; p = 0,008) e índice MG/massa livre de gordura (MLG) (r = -0,35; p = 0,01)) e para cada 1% de redução no %GC, os níveis de ZAG aumentavam em 2,4 mg/L (p = 0,02). Níveis circulantes de ZAG também foram inversamente correlacionados ao TNF-α (r= -0,42; p = 0,01). Gasto energético, MLG, função muscular e ingestão alimentar não foram associados aos níveis de ZAG. Em conclusão, níveis plasmáticos de ZAG estão aumentados 8 em pacientes submetidos à HD e são negativamente associados ao estado inflamatório e gordura corporal. Portanto, ZAG parece contribuir para um melhor perfil metabólico de pacientes em HD.