Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Braga, Luiza Amara Maciel |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/35127
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Resumo: |
Após o término da regulação internacional do café no final do século XX, a distribuição do valor agregado ao longo da Cadeia Global de Valor (CGV) do café se tornou mais assimétrica. O elo upstream de produção de café verde reduziu o seu percentual de valor agregado, enquanto o elo downstream de torrefação e moagem aumentou seu percentual. O upgrading funcional na CGV do café é o caminho para que países produtores de café verde, que participam principalmente do elo upstream, agreguem valor ao produto e aumentem a sua parcela de valor na CGV. Segundo a literatura mainstream, os países que desejam fazer esse upgrading podem atrair investimento direto estrangeiro (IDE) e buscar uma inserção na CGV através das empresas multinacionais (EMNs). As EMNs têm potencial para gerar spillovers para as empresas locais e inserir o país hospedeiro nos mercados internacionais de café torrado. Esse resultado depende, porém, de variáveis locais e da motivação das EMNs. O objetivo geral desta tese foi caracterizar a estrutura de governança da CGV do café e as estratégias de internacionalização das EMNs torrefadoras, bem como a relação destas com a capacidade dos países hospedeiros realizarem o upgrading na CGV. Foram utilizadas metodologias de análise de concentração de mercado (índices CR4, CR8, HHI), modelos econométricos (estimações em painel com uso de variáveis instrumentais) e análise da correlação cruzada. Os resultados mostraram que países produtores de café verde, a maioria de renda média e baixa, continuam participando principalmente do elo upstream da CGV do café. Países não-produtores, de renda alta, são os principais participantes do elo downstream, com exceção da Colômbia. A concentração do mercado mundial de café é baixa, mas a maioria dos mercados nacionais é altamente concentrada. As vinte maiores empresas possuem mais de 50% do market-share mundial e possuem vantagens competitivas, como registros de patentes e marcas internacionalmente estabelecidas. Tais empresas têm poder de mercado e podem criar barreiras à entrada de concorrentes, além de estabelecer padrões de qualidade para fornecedores. A decisão de entrada das EMNs nos países hospedeiros é mais influenciada pelo tamanho do mercado consumidor do que por outros fatores, pois são market-seeking. Verificou-se que países que receberam subsidiárias estrangeiras torrefadoras não tiveram, na média, uma taxa de crescimento das exportações entre 1990 e 2019 maior que países que não receberam. Para a maioria dos países produtores de café verde, a correlação cruzada entre exportações de café torrado e a quantidade de subsidiárias é baixa. Conclui-se que as empresas líderes do elo de torrefação e moagem governam a CGV do café através do poder de mercado e de estratégias de internacionalização. Essa estratégia market-seeking visa ao consumo dos mercados internos e à expansão do seu poder de mercado, o que pode gerar um efeito crowding out, com as empresas locais sendo absorvidas ou fechadas. Como as subsidiárias market seeking não são orientadas para a exportação, países produtores de café verde que hospedam subsidiárias torrefadoras não fazem o upgrading através das empresas locais ou através das EMNs. |