O impacto da suplementação com l-carnitina no remodelamento ventricular esquerdo de pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Guimarães, Sheila Moreira da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11823
Resumo: Introdução: O coração necessita de um fornecimento constante e contínuo de energia, possuindo intenso metabolismo aeróbico. A fonte principal de energia para o cardiomiócito é o ácido graxo, sendo incapaz de realizar a biossíntese de L-carnitina. A L-carnitina é um cofator necessário para a oxidação de ácidos graxos, pois os transfere do citosol para mitocôndrias, gerando energia. Além disso, a L-carnitina remove produtos metabólicos tóxicos, atua como antioxidante e modula a concentração de coenzima A livre mitocondrial, atenuando a disfunção mitocondrial presente na insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica. A cirurgia de revascularização do miocárdio é um tratamento, indicado para pacientes que apresentem fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida e músculo viável, sendo a circulação extracorpórea a técnica cirúrgica mais utilizada. Objetivo: Demonstrar o benefício da suplementação com L-carnitina no remodelamento ventricular esquerdo de pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca de etiologia isquêmica, submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio. Material e método: Foram selecionados 19 indivíduos, lúcidos, orientados, de ambos os gêneros, com idade de 39 a 76 anos, com diagnóstico prévio de insuficiência cardíaca NYHA II e III, de etiologia isquêmica, submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio como tratamento eletivo. Os pacientes foram randomizados em dois grupos: A, suplementado por via oral com L-carnitina (50 mg kg dia) e B, placebo durante 60 dias. Foram realizadas coletas de sangue, para avaliar concentrações plasmáticas de L-carnitina e Peptideo Natriurético tipo-B (BNP) e a ecocardiografia para avaliação da fração de ejeção do ventículo esquerdo. As coletas de L-carnitina foram realizadas no pré e pós-operatório (no 2º, 10º, 30º, 60º e 180º dia) e a de BNP no pré-operatório, sendo os métodos utilizados, espectofométrico e de imunofluorescência respectivamente; o ecocardiograma foi realizado no pré e pós-operatório (60º e 180º dia). Foram usados os programas estatísticos SPSS ® versão 10.0 da SPSS Inc. e PASW ® versão 18.0 da IBM, assim como a planilha eletrônica Excel da Microsoft ®. Resultados: pré-operatório: Não foram observadas concentrações plasmáticas de L-carnitina deficientes (51,2 ± 18,2 nM), porém nove pacientes apresentaram concentrações plasmáticas altas. Concluíram o estudo 19 pacientes, Grupo A = 10 e Grupo B = 9; ambos apresentaram concentrações plasmáticas elevadas de BNP (A: 155,96 ± 324,35; B: 203 ± 191,78 pg/mL). Concentrações plasmáticas de L-carnitina pós-operatória: no 2º dia de pós-operatório houve uma redução de 11% (46,5 ± 23,8 nM). No 10º, 30º, 60º e 180º dia, no Grupo A (suplementado) foram respectivamente: 75,8 ± 30,4; 82,0 ± 21,5; 66,6 ± 18,4 e 49,3 ± 21,3; Grupo B (placebo) respectivamente: 46,6 ± 19,6; 46,1 ± 12,6; 44,4 ± 13,2 e 55,6 ± 22,1. Não houve efeito colateral com o uso do suplemento. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo foi avaliada no pré e pós-operatório (60º dia e 180º dia). Grupo A respectivamente: 38,6 ± 13,9 %; 45,4 ± 7,3 %; 53,5 ± 14,4 %. Grupo B respectivamente: 40,7 ± 10,5 %; 45,4 ± 10,0 %; 45,7 ± 8,0 %. Os Grupos A e B apresentaram aumento de 38,6 % e 12,2 % respectivamente em 180 dias. Conclusão: A suplementação com L-carnitina na dose de 50 mg kg dia, adjuvante a cirurgia de revascularização do miocárdio potencializa os benefícios da cirurgia sem provocar efeitos colaterais