Professoras, crianças e natureza: narrativas docentes da/na pandemia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Pinto, Amanda Lobosco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/32529
Resumo: Como garantir às crianças o contato com a natureza, que é seu direito? Como oportunizar experiências em liberdade, em espaços abertos? Entre a criança e a natureza, certamente há um adulto, que possibilita ou impede sua experiência. No caso da Educação Infantil, o que as professoras teriam a contar, sobre organizar tempos, espaços e experiências junto à natureza, com as crianças, em tempos pandêmicos? Na trilha desses questionamentos, seguiu a pesquisa de mestrado, desenvolvida na Linha de Pesquisa Linguagem, Cultura e Processos Formativos, do PPGEdu da Universidade Federal Fluminense - UFF. O objetivo geral foi mapear experiências de professoras da Educação Infantil pública do município de Niterói, que aproximam crianças e natureza, no contexto da pandemia de covid-19, a partir de suas narrativas. Considerando a importância das narrativas docentes, como fios que tecem a partilha de suas experiências, o diálogo com os pressupostos da pesquisa narrativa, no âmbito das abordagens autobiográficas (Bragança, 2008; Josso, 1999; 2010; Nóvoa, 2009) fundamentou o percurso teórico-metodológico. Tendo em vista o contexto pandêmico, cujos protocolos sanitários impunham o distanciamento físico, a produção de dados foi viabilizada por meio de “conversas pelas janelas virtuais” (Mello, 2021), com professoras de Educação Infantil da Rede Pública de Niterói/RJ. As conversas foram gravadas, transcritas, apresentadas às participantes e, com sua concordância, textualizadas para comporem a dissertação. As narrativas falam da relação com a natureza - nas memórias de infância, na vida pessoal e profissional, na pandemia, com as crianças, na Educação Infantil -, e são apresentadas em conjuntos de pequenas histórias, cuja forma é inspirada nas mônadas de Benjamin (1987). O diálogo com a matéria viva das narrativas lançou luzes para a relação criança, professoras e natureza na pandemia: novas formas de aproximação, entre a escola e as crianças, foram pensadas e experimentadas - na virtualidade, partilhando paisagens e elementos naturais, como os bichos do sítio e as vagens do feijão, por meio de vídeos produzidos e videochamadas; como um ato de resistência e de desobediência pedagógica, a cidade, a praça, o parque, cada cantinho ao ar livre da escola, foram tomados como lugares fundamentais para garantir o direito das crianças à convivência. As experiências de professoras que inserem a natureza como temática e como vivência em seu cotidiano, ousando sair dos muros escolares, guiadas pela consciência da cultura pelo bem viver com o corpo e mente em desejo, alegria e liberdade, são inspiração. Afirmar um modo de convívio amoroso, fundamentado na ética do cuidado, que concebe o ser humano como parte da natureza, é confiar na invenção de outras educações, desfazendo os entraves conceituais e práticos que separam natureza e vida, vida e educação, criança e natureza, docência e experiência.