Cinemas Xavantes: alteridade e identidade sob o risco do cinema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Leal, Samuel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/16617
Resumo: O cinema ocupa lugar importante na trajetória dos Xavante desde a década de 1940, quando se deram os primeiros contatos pacíficos com o Estado por meio do Serviço de Proteção aos Índios, intensamente registrado em imagens que, desde então, atravessam decisivamente sua relação com a sociedade brasileira. A tese acompanha alguns filmes que delimitam problemas acerca dessa centralidade do cinema para a trajetória étnica e política dos Xavante, enfatizando os processos de produção de alteridade e identidade. Filmes produzidos com as imagens das frentes de pacificação serão mobilizadas para pensar um olhar modernista e modernizante que se dirigia aos Xavante, mas que mirava um futuro que os atribuía a posição ambígua de detentores de ancestralidade e objeto de tutela. Identificam-se nesses filmes os vestígios da alteridade que resistem à assimilação e ao apagamento. Ainda no eixo da alteridade, documentários recentes de diretores não-indígenas mobilizarão discussões acerca da restituição da memória e revisão histórica a partir de alianças políticas. Investiga-se como esses filmes concretizam gestos que reduzem ou potencializam a potência de alteridade das imagens. A problematização das imagens a partir da história será retomada a partir de uma filmografia de realizadores xavantes sobre rituais. Entende-se que tais filmes operam um gesto além da documentação, pois concretizam a captura da técnica cinematográfica pelos Xavante. O percurso da análise converge para o trabalho desenvolvido em um Ponto de Cultura xavante, onde observa-se como o cinema passa a fazer parte da vida comunitária a partir de sua articulação com outras práticas como os rituais e, sobretudo, a educação. Um último filme produzido no Ponto será analisado a partir da questão de como a assimilação das técnicas de produção audiovisual transformam os modos tradicionais de produção da memória e implicam em novas possibilidades de política identitária, baseadas em um regime de produção estética do conhecimento.