O Brasil tem asas: a construção de uma mentalidade aeronáutica no governo Vargas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Fraga, André Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13776
Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar a aviação brasileira no primeiro governo Vargas (1930-1945), período marcado por consideráveis mudanças e inovações provenientes de iniciativas públicas e privadas no setor. O estudo procura demonstrar como o grupo político que chegou ao poder por meio da Revolução de 1930, e se fortificou com a implantação do Estado Novo, identificou no fortalecimento do setor aéreo, principalmente a partir de 1940, algo fundamental à própria legitimação do regime. Dessa forma, a reestruturação da aviação estimularia tanto o culto à imagem do presidente da República quanto o desenvolvimento de questões consideradas estruturais à administração varguista, sobretudo durante a ditadura, como a unidade nacional, a defesa nacional, a modernidade, o progresso e a civilização. A tese defende que o caminho mais seguro encontrado pelo governo para empreender alterações profundas no setor aéreo foi o de investir na elaboração de um projeto de Estado voltado à construção do que foi chamado na época de uma mentalidade aeronáutica. Ela consistia na tentativa de se generalizar a compreensão e o interesse da população pelo desenvolvimento da navegação aérea, despertando em cada brasileiro o interesse de colaborar com a causa. Para isso, a história ocupou um lugar central no discurso governamental, já que este passou a buscar no passado brasileiros considerados precursores da aviação mundial e que como tal serviriam para comprovar uma tradição vocacional do país ao voo. Devido a isso, o Estado Novo dispensou a Santos Dumont posição privilegiada e investiu em inúmeras políticas culturais buscando construí-lo como herói nacional. No trabalho, são expostas as estratégias utilizadas pelo governo para viabilizar a conscientização popular acerca de tudo o que dizia respeito à aviação. Sendo assim, ao longo da tese, por meio de um exaustivo, minucioso e diversificado levantamento de fontes e uso de arquivos, acompanha-se a trajetória de construção dessa mentalidade aeronáutica, cujo percurso pode ser dividido em duas fases. A primeira, de 1930 a 1939, foi marcada pelas medidas iniciais em benefício da área, empregadas nos governos provisório e constitucional de Vargas, pelos Ministérios da Guerra, da Marinha e da Viação e Obras Públicas. Já a segunda, ocorrida de 1940 a 1945, sob a vigência da ditadura, foi marcada pela criação do Ministério da Aeronáutica e da Força Aérea Brasileira e pela unificação nas mãos de Salgado Filho do controle sobre todas as aviações existentes no país