Variabilidade do CYP2D6 em cinco municípios endêmicos de malária por Plasmodium vivax na Amazônia brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Salles, Paula Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Fluminense
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
CYP
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/15809
http://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2020.m.10182828743
Resumo: Vários estudos têm relatado falha terapêutica da associação das drogas cloroquina (CQ) e primaquina (PQ) contra a malária em municípios endêmicos. A falha terapêutica pode estar relacionada com os fatores genéticos do hospedeiro, principalmente aqueles envolvendo seu biometabolismo, onde as enzimas do sistema citocromo P450 humana desempenham importante papel. Estudos em populações africanas e asiáticas vêm caracterizando variantes alélicas nos genes CYP450/ Famílias CYP2 envolvidas no surgimento de diferentes fenótipos de biotransformação, contribuindo para a eficácia e alterando a toxicidade dos antimaláricos. O presente estudo objetiva quantificar a freqüência dos alelos variantes da CYP2D6 (2D6*4, 2D6*10 e 2D6*41) de amostras sanguíneas de pacientes infectados pelo Plasmodium vivax. Foram analisadas 220 amostras sanguíneas diagnosticadas como mono infecção pelo Plasmodium vivax, provenientes de cinco municípios da Amazônia brasileira. Foram genotipados três SNPs (Single Nucleotide Polymorphism) do CYP2D6 pela técnica de “SnaPshot”. As análises estatísticas foram realizadas no ambiente R, usando o pacote “gap”. O teste do χ2 foi realizado para avaliar possíveis desvios do equilíbrio de Hardy-Weinberg. Para o alelo CYP2D6*10 em todos os municípios foram observadas freqüências baixas para o genótipo homozigoto polimórfico T/T. O alelo C apresentou as maiores freqüências. Para o alelo CYP2D*41 em todos os municípios foram observadas freqüências baixas genótipo homozigoto polimórfico A/A. O alelo G apresentou maiores freqüências (entre 83.3% a 94.4%) em todos os municípios estudados. Já para o alelo CYP2D6*4 foi observado maior freqüência para o genótipo heterozigoto polimórfico C/T em dois municípios. Os municípios de Porto Velho, Novo Repartimento e Goianésia do Pará a freqüência do genótipo heterozigoto polimórfico foi menor do que a do genótipo homozigoto selvagem. O alelo C apresentou as maiores freqüências. As freqüências alélicas e genotípicas dos três SNPs do CYP2D6 estudados, quando comparados entre os cinco municípios incluídos neste estudo, não mostraram associação significativa. As freqüências genotípicas para os três SNPs estavam de acordo com Equilíbrio de Hardy-Weinberg nos municípios investigadas, exceto em Goianésia do Pará para o alelo CYP2D6*4. Com base nos resultados aqui apresentados, podemos dizer que o alelo CYP2D6*4 pode alterar o risco de recaída da malária por Plasmodium vivax estabelecendo uma barreira para o sucesso do programa de controle de malária no Brasil.