Perfil do impacto do traumatismo dentário em crianças com baixa condição socioeconômica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Amaral, Juliana Cardoso Neves do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14860
Resumo: Os traumatismos dentários (TD) estão entre as lesões mais prevalentes que acometem a cavidade bucal na infância. Frequentemente coincidem com idade pré-escolar. O TD pode gerar dor, perda de função, além de interferir no desenvolvimento da oclusão e na estética. Dessa forma, constitui-se em problema de saúde pública, não só devido à sua prevalência, mas também devido ao seu impacto negativo sobre a qualidade de vida. A qualidade de vida tem um conceito amplo que inclui a percepção subjetiva do indivíduo sobre bem-estar através de todos os domínios da vida, incluindo aqueles relacionados à saúde física e emocional, assim como o contexto social. A condição da saúde bucal das crianças é muitas vezes relacionada com dimensões sociais, como renda e educação dos pais. Pouco se sabe sobre os sentimentos das crianças de baixa condição econômica com TD e sobre o impacto gerado. Por isso é importante investigar a respeito das possíveis consequências funcionais, emocionais, sociais e econômicas deste problema para a vida dos mesmos. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar o impacto do traumatismo dentário na qualidade de vida relacionada a saúde bucal (QVRSB) em crianças de baixo nível socioeconômico. Um estudo transversal foi realizado com as crianças de 2 a 6 anos de idade, atendidas em pré-escolas públicas no município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil, randomicamente selecionadas após cálculo amostral. Para avaliação do impacto do TD na QVRSB, 446 cuidadores responderam a versão brasileira do Early Childhood Oral Health Impact Scale (B-ECOHIS) de forma autoaplicada. Para detectar os indicadores clínicos do TD, foram utilizados os critérios da Organização Mundial de Saúde. A amostra foi dicotomizada nos grupos com TD (G1) e sem o TD (G2) e em grupos, sem impacto (B-ECOHIS = 0) e com impacto (B-ECOHIS≥1) para avaliar a associação com variáveis demográficas. Teste qui-quadrado e odds ratio foram utilizados (p <0,05). A idade da criança (p = 0,04; OR = 0,59 IC 95% 0,34-1,01) e anos de estudo do cuidador (p = 0,03; OR = 0,57 IC 95% 0,33-0,99) e apresentaram associação estatística com impacto do traumatismo dentário. A pontuação total no G1 foi de 5,56 (DP 6,06) e foi 5,59 (DP 6,03) no G2 (p = 0,97). Apesar de ser um tema que exige cuidados especiais em odontologia a presença de impacto do traumatismo dentário não impactou negativamente na qualidade de vida de crianças e suas famílias com baixo nível socioeconômico.