Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
OVALLE, Luiza Aragon |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/9213
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Resumo: |
A presente dissertação discute alguns aspectos da história da ocupação da ladeira Sacopã, situando a família Pinto num contexto histórico mais amplo ao discutir a influência do processo de urbanização da cidade do Rio de Janeiro sobre as mudanças na ocupação do bairro da Lagoa. Quando este antigo bairro operário passa a ser reduto de uma elite econômica e social, a convivência com diferentes moralidades forma uma sobreposição de representações, através das quais tanto a família quanto seus vizinhos aparecem, simultaneamente, como estabelecidos e outsiders. A partir da década de 1960, o enfretamento das forças que expulsam a população negra e pobre do bairro traz uma aguçada visibilidade sobre esta família remanescente, que encontra resistências configuradas cada vez mais num grupo opositor. Inicialmente, estes confrontos se valiam da gramática da honra e do privilégio, através da qual a classificação hierárquica brasileira distinguia a família Pinto daqueles que passaram a residir na periferia da cidade. Aos poucos, através do contato com movimentos sociais e também através dos novos recursos jurídicos advindos com a Constituição de 1988, a reivindicação de posse do território e das atividades nele realizadas passa a se impor como uma tolerância à diversidade cultural entre grupos detentores da mesma dignidade. A disputa por território se estende, desta forma, a uma disputa por conteúdos culturais no cotidiano de dois grupos que, através deste processo, constituem fronteiras persistentes. A presença da família e de alguns condomínios vizinhos em processos judiciais ao longo dos últimos quarenta anos, bem como a sustentação de redes de sociabilidade dentro de instâncias governamentais e movimentos sociais passam a compor esta mediação com a alteridade, nos conduzindo a questionar até que ponto a afirmação pública e jurídica da existência de uma fronteira étnica é suficiente para proteger o objeto da sua garantia de direitos, que são conteúdos culturais, colocados em seus discursos em termos de uma cidadania acessível através da afirmação de diferenças. |