Avaliação da inervação adrenérgica cardíaca com ¹²³I-MIBG em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal e reduzida antes e após terapia com betabloqueadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Miranda, Sandra Marina Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/12382
Resumo: Fundamentos: A insuficiência cardíaca é reconhecida como um problema de saúde pública com altas taxas de morbimortalidade. A ativação do sistema nervoso autonômico desempenha papel fundamental na regulação da fisiologia cardiovascular e o seu desequilíbrio é fator fisiopatológico e prognóstico na IC. A neuroimagem através da metaiodobenzilguanidina (MIBG) é uma técnica complementar nos estudos da disfunção autonômica em diferentes doenças. Atribui-se aos estudos cintilográficos valor diagnóstico e prognóstico em pacientes portadores de IC. Objetivo: Avaliar a integridade da inervação e tônus simpático cardíaco pela cintilografia com 123I-MIBG em pacientes portadores de IC com fração de ejeção normal (ICFEN) comparando com a de pacientes com IC com fração de ejeção reduzida (ICFER), antes e após três meses de terapia com betabloqueadores. Métodos: Estudo prospectivo, longitudinal, que incluiu 52 pacientes (58,0±11,4 anos; 52% masculino) portadores de IC em classe funcional II e III do NYHA estratificados em dois grupos: 24 pacientes (46,0%) com o fenótipo ICFEN (FEVE≥50%), e 28 pacientes com o fenótipo ICFER (FEVE≤50%). Os pacientes receberam betabloqueadores por três meses: Grupo 1 (nebivolol) e grupo 2 (carvedilol). A alteração da neurotransmissão adrenérgica cardíaca foi quantificada através do 123I-MIBG e considerada anormal quando: 1) washout >27% ou 2) relação coração mediatisno (C/M) <1,8, tanto nas imagens precoces como nas tardias. O critério de significância adotado foi 5%. A análise estatística foi processada pelo software SPSS 21. Resultados: Melhora da captação do radiotraçador no grupo ICFER (MIBG C/M – 30 min 1,64±0,19 antes vs. 1,70±0,24, p<0,01 após tratamento; MIBG C/M – 4 horas 1,56±0,19 vs. 1,63±0,22, p<0,01), sem melhora estatisticamente significativa no grupo ICFEN (MIBG C/M – 30 min 1,80±0,21 vs. 1,77±0,22, p<0,14; MIBG C/M – 4 horas 1,56±0,19 vs. 1,65±0,22, p<0,07). Não há evidência de melhora na hiperatividade simpática em ambos os grupos: Grupo 1 – taxa de washout 0,32±0,14 vs. 0,34±0,16 p=0,10 e Grupo 2: 0,28±0,14 vs. 0,30±0,15, p=0,33. Melhora da função sistólica no grupo ICFER, traduzida pela melhora da FEVE e da FE medida pela cintilografia. Os valores para o washout cardíaco da 123I-MIBG foram mais elevados no grupo ICFER do que ICFEN (0,32 e 0,28; p=0,24, respectivamente). A disfunção autonômica cardíaca de pacientes com IC foi caracterizada por alterações da 123I-MIBG com a redução dos valores de captação nas imagens precoces nos pacientes com ICFER e a redução dos valores de captação tardia em ambos os grupos. A disfunção adrenérgica foi caracterizada pelo aumento do washout, sendo mais alterada em pacientes com ICFER. Após três meses de tratamento, houve melhora nas captações precoce e tardia dos pacientes com ICFER, não sendo observado o mesmo resultado nos pacientes com ICFEN. Conclusão: Resultados permitem afirmar que o emprego de betabloqueadores por três meses melhora a atividade simpática de pacientes com ICFER, porém não existe melhora naqueles com ICFEN